Curitiba Music Festival: evento trouxe bandas de Metal na programação

O Curitiba Music Festival foi um dos eventos realizados em comemoração ao aniversário da capital paranaense. No dia 24 de março, seis bandas com estilos diversificados se reuniram para um show intimista com quase sete horas de música. O Metal é um gênero que é quase sempre deixado de lado em eventos como esse, mas o Curitiba Music Festival tinha dois representantes de peso: Phelan e Krucipha.

O show foi realizado no Teatro Universitário de Curitiba, conhecido como TUC, localizado no centro da cidade. A escolha do lugar permitiu a presença de um outro público que também gosta de Rock, mas já tem família e filhos. Eles aproveitaram para curtir um som, e sim, tinha headbangers!

Banda Phelan. Fotografia: Henrique Luz.

O Phelan começou a tocar às 19 horas. A banda trouxe as músicas de seu novo álbum, o “Wise and Free”, que mistura a cultura guarani com o peso do Heavy Metal. A Phelan tem 15 anos de estrada e é formada por Leandro Rauseo no vocal, Tiago Rada e Kevim Klaus nas guitarras, Renato Tadeu no baixo e Vinícius Rodrigo na bateria. Uma de suas principais características é a mistura da mitologia com o Metal, visto já pelo nome. O set list foi composto por “Ñamandu Okena”, “Storm Eagle”, “Signs of Glory”, “Wise and Free”, “The Dance of Transition”, “I Want Out”, “Along the Way” e “Guardian of Hell”.

Banda Phelan. Fotografia: Henrique Luz.

Segundo Leandro, Phelan significa lobo na linguagem celta. Sobre o evento, o vocalista disse que é uma boa oportunidade de expandir o público e angariar novos fãs. “A gente está muito feliz em participar desse tipo de evento que incentiva a cultura e a música em geral. Ficamos felizes em ver outras pessoas que não conhecem ou até não gostam do estilo, conhecer o nosso som e outros diferentes. É um evento que a gente consegue mostrar um som diferente do que se espera ver do evento, e abre muito espaço.” E mesmo pelo fato do público ser diferente, a receptividade foi boa. “O público de hoje foi bem acolhedor e curtiu bastante as músicas, sem nenhum preconceito. Foi bem legal!”, disse Leandro.

O Krucipha subiu ao palco às 20h30. E cabe aqui dizer que a produção acertou em comemorar o dia da cidade com os criadores do “Metal pinhão”. A banda é formada por Fabiano Guolo no vocal e na guitarra, Luis Ferraz na guitarra, Khaoe Rocha no baixo, Felipe Nester na bateria e Nicholas Pedroso na percussão. O set list do show foi: “Intro/Indigenous Self”, “Reason Lost”, “FOMO Attitude (Sepultura Cover)”, “Mass Oppresion”, “Mass Catharsis” e “Affordiction”.

Krucipha. Fotografia: Henrique Luz.

O Thrash Metal do Krucipha tem muita energia e consegue animar o público que se dispôs a vir curtir um som de qualidade em pleno começo de sábado à noite. Em meio a brincadeiras entre uma música e outra, o público foi se aproximando devagar e se soltando. Um Punk com cabelo roxo ouviu o som e se aproximou. A cada música tocada, o público levantava das cadeiras e ia para o espaço que tinha na frente do palco. Começaram a se animar com um mosh discreto. “Pessoal, o mosh é liberado!”, disse o vocalista Fabiano. Aí, é claro que a galera se soltou. No fim do show, os caras do Krucipha fizeram um desafio para o público, com ares de luta livre. O público se dividiu em duas partes e na última música foi literalmente só pancadaria. É importante dizer que ninguém se machucou.

A questão do público ser diferente dos eventos de Metal foi um ponto interessante para as bandas. “É legal ter um público que não é do nosso, digamos assim. Óbvio que tem um pessoal que a gente conhece, que vem ver a gente, mas tem um pessoal que não conhece. Como o nosso som tem uma parada mais curiosa, diferente, da percussão e a gente faz um som exótico, digamos assim, é bacana.”, disse o baterista Felipe.

Sobre a participação ativa do público, Fabiano contou que essa é uma das intenções do Krucipha. “A gente queria fazer uma banda que causasse isso nas pessoas. Que fizesse as pessoas irem lá na frente, pulassem, abrir roda, sei lá, gritar, cantar junto, qualquer coisa assim. A nossa intenção sempre foi essa. Ele (Felipe) chegou para mim com essa ideia. Então, pra gente, a gente vê isso como missão cumprida, sabe? O nosso propósito dentro da própria banda foi atendido”.

Krucipha. Fotografia: Henrique Luz.

E para quem nunca ouviu o som da banda, o guitarrista Luis conta o que esperar. “Inegavelmente é pesado. Mas não é o tipo de som que é tão difícil de digerir. Algumas músicas, especialmente do disco novo, estão bem mais, não necessariamente acessíveis, mas até quem não gosta de Metal consegue curtir. E é justamente isso que acaba atraindo o pessoal para os nossos shows também. Gente que nem é muito fã de Metal, mas pelo groove, pela pegada, acaba achando interessante”.

Um dos produtores do evento, Dan Ferreira, contou para a gente que não esperava a tão boa repercussão do público no gênero e já planeja incluir mais bandas de Metal nas próximas edições. É inegável que os eventos voltados ao público do Metal são importantes. Mas em época de dúvidas em relação ao rumo que o público vai tomar, eventos como esse em que você pode levar os filhos é que ajudam a construir o futuro do Rock.

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