Resenha: Great Vast Forest – From the Dark Times to the Black Metal Legions (2017)

Lembro que conheci a banda GREAT VAST FOREST na revista A Obscura Arte #7, na época do, hoje cultuado, álbum “Battletales and Songs of Steel”, lançado em 2002. Nesse tempo muita coisa mudou na banda, membros saíram e entraram, mas Surgath, fundador e mente criativa, manteve a banda ativa e trabalhando no underground. Apesar de ter sido formada em 1995, “From the Dark Times to the Black Metal Legions”, é apenas o segundo álbum de estúdio desta horda catarinense. Os quinze anos que separam um lançamento do outro, mostram uma grande evolução sonora, a atual formação mostra introrsamento e comprometimento musical. “From the Dark Times to the Black Metal Legions”, já pode ser considerado como uma obra prima do Barbarian black metal nacional.

Musicalmente, o GREAT VAST FOREST sempre foi uma banda com uma característica própria, misturando a agressividade, crueza e frieza, criando passagens épicas, aliadas a melodias atmosféricas de teclados. Atmosfera é a palavra chave, já que desde a introdução, “March to War”, somos convocados a marchar rumo ao campo de batalha. “Brave Blood Hero” apresenta duas fortes influencias da banda, a musica pagan e erudita, se atente aos violinos no inicio da faixa e aos coros, a faixa possui um andamento rítmico, mas com mudança no direcionamento tendo passagens mais rápidas e agressivas. Os ventos uivantes anunciam “Prelude to the Victory on the Battlefield”, musicalmente remete ao black metal escandinavo dos anos 90, em minha opinião a melhor faixa do álbum , possui um clima sombrio e um excelente riff de guitarra. Na sequencia vem, “Memories of the Fire and Ice”, uma excelente variação rítmica entre melodia e brutalidade, com velocidade e agressividade, sem perder o clima gélido e sombrio. Os teclados no fundo alimentam bem a atmosfera de terror.

As guitarras foram bem trabalhadas, riifs cortantes e velozes, com passagens acústicas, se comunicam com os teclados, que se destacam por não tomarem a frente, mas aparecerem no momento certo. Essas passagens podem ser conferidas em “Ride of the Valkyries” e “In the Deep Forests of Transylvania” e em “The Witch in the Mist”. Já em “Bloody Winter” e “Nocturnal Wolves”, podemos conferir o trabalho da bateria e baixo e Draugr (bateria) e Amaymon (baixo). O álbum finaliza com outro, “Vernichtung”, paralavra em alemão para aniquilação, encerado a batalha de forma vitoriosa.

Interessante notar que as musicas não são aleatórias, elas se combinam criando uma historia épica. O disco está disponível nas plataformas digitais (Bandcamp) e o trabalho físico lançado pela Mutilation Rec. está impecável, em formato digipack, com 3 paines e uma edição limitada com slipcase em aotorelevo. 2017 é um grande ano para o GREAT VAST FOREST, que retorna dos estúdios com um álbum que honra toda sua historia, só não queremos esperar mais quinze anos pelo próximo.

Faixas

1. Intro – March to War
2. Brave Blood Hero
3. Prelude to the Victory on the Battlefield
4. Memories of the Fire and Ice
5. Ride of the Valkyries
6. In the Deep Forests of Transylvania
7. Bloody Winter
8. The Witch in the Mist
9. Nocturnal Wolves
10. Outro – Vernichtung

Formação

Surgath – Vocal
Sallos – Guitarras
Amaymon – Baixo
Draugr – Bateria
Nahtaivel – Teclados

Encontre sua banda favorita