Dangle | Omnesia lança segundo single de seu próximo álbum

A guitarra surge em cena perante uma performance um tanto borbulhante. Com uma afionação aguda agraciada por uma distorção de caráter ácido, ela, por meio do manejo de M2, oferece, desde cedo, uma textura ríspida que, curiosamente, não se percebe associada com um caráter necessariamente cru. Afinal, a aparência do instrumento sugere, ao menos inicialmente, a ideia de que a canção escorregará para um ambiente sônico mais melódico.

No entanto, ao toque sujo e ressonante do chimbal de Eric Slick, o que acontece é algo que vai na contramão daquilo que foi anteriormente vislumbrado. Mergulhando em um universo de natureza sombria e de inclinações trevosas graças à performance grave da guitarra, a canção acaba, surpreendente e invariavelmente, sendo capturada pelo viés da crueza. 

É também nesse instante instrumental introdutório que a canção também passa a ser possuinte de uma camada harmônica de caráter pegajosamente psicodélico. De identidade sonora adocicadamente ácida, o teclado, manipulado por Tal Ariel, ao reproduzir o sonar do hammond, fornece uma camada densa que embebe o ouvinte ainda mais no que tange a percepção de uma ambiência mais sombria e bruta.

Felizmente, porém, conforme a composição vai engatando em um processo de amadurecimento estrutural, ela vai colocando o ouvinte em contato com um ecossistema curiosamente sincopado. Se deliciando com a inclinação para com um caráter mais calcado no blues, a faixa, invariavelmente, passa a dar necessários – e satisfatórios – holofotes à desenvoltura do baixo de Stephen Goodwin. Saliente, bojudo e lexicalmente provocativo, o instrumento se configura naquele elemento que transforma a canção em um produto denotativamente libidinoso.

Não é de se espantar que, a partir dessa constatação, até mesmo Madella Kingston, na sua ânsia de dar vida ao escopo lírico, se utilize de seu timbre afinado de nuances adocicadas para ampliar essa aquisição de vasta sensualidade. Com o aparato sônico completo, a canção acaba adquirindo liberdade suficiente para, também, experimentar a atmosfera suada, ardente e cínica do funk.

Àspera, ácida e, acima de tudo, cativante em meio à sua paisagem sensorial pegajosa, Dangle apresenta o Omnesia oferecendo um diálogo lírico cheia de metáforas que, invariavelmente, levam o ouvinte a se embrenhar em um contexto propriamente sexual, arregimentando ainda mais a sua base sonora hard rock. 

O difícil, aqui, é não se deixar levar pelo contágio excessivo que se forma perante tal escopo rítmico-melódico. A partir daí, Dangle acaba garantindo para si também a função de ser um importante, imponente e indispensável chamariz da audiência para com Future Vintage, o novo álbum a ser lançado pelo Omnesia.

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