Não parece, mas o Brasil é um dos países que mais produz heavy metal no mundo. Talvez o fato de sermos o país do futebol, carnaval e samba, faça com que sejamos vistos como algo que só permite que nossa arte em particular seja feita. Mas, além da diversidade cultural, produzimos outros estilos e, melhor ainda, com tino para a coisa.
Quando se trata de músicos solos e instrumentistas, porém, ainda não emplacamos muito. Claro, somos da terra de Kiko Loureiro, Andreas Kisser, Aquiles Priester, entre outros, mas estes primaram por fazer sucesso com bandas, seguindo posteriormente suas carreiras individuais.
Mas, é inegável que temos músicos gabaritadíssimos em nosso cenário, seja tocando em bandas ou arriscando em carreira solo, já que, neste último caso, muitos hoje se arriscam devido a oportunidade que o cenário e a tecnologia proporcionam. Temos aqui um destes artistas, que divulga um novo disco e mostrando muita personalidade.
Trata-se de SAMUEL YURI, que é um dos talentos da nova geração e sua música transita entre o rock nacional e internacional, a música étnica e a instrumental. Samuel iniciou sua trajetória musical estudando violão e logo trilhou os passos como guitarrista e cantor, começando a gravar singles em 2017 no Lumen Studios, em São Paulo, e mixando com o produtor musical Martin Guderle no Tonewarp Studios.
Tudo isso pode ser conferido neste mais novo disco, “Epic Sales”, que traz um som que transita de forma natural por todas as influências que o artista absorveu durante sua trajetória. São nove músicas em pouco mais de 34 minutos, de um heavy rock visceral e com composições muito bem estruturadas.
Difícil destacar uma ou outra faixa, já que as composições, algumas instrumentais, se equivalem a muito no tracklist, que é bem equilibrado. Mas, há sempre aquelas que chamam atenção de início.
Uma delas é “West Song – Second Version”, uma faixa que bebe no rock, blues e pulsa levemente no metal. Trazendo um ritmo semi cadenciado, consegue entrelaçar elementos nos elementos elétricos um entorno acústico que acaba deixando tudo mais visceral. Com guitarras distorcidas e uma essência que condiz com o nome, a instrumental “Arab Theme III” é outra que chama atenção pela sua originalidade.
Por fim, a soturna “Storm”, que fecha o disco com sua versão com vocal é outra que merece destaque, mostrando que Samuel consegue soar versátil sem perder a sua essência, o que é fundamental para qualquer músico.
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