Não precisamos dizer que “The Beautiful People”, por ter quase meio bilhão de streamings no Spotify, é o maior clássico do polêmico e lendário Marylin Manson. Sim, porque mesmo sem as contagens, é definitivamente a música mais consagrada do cantor de rock, saindo de suas fronteiras e sendo conhecida inclusive no mundo pop.
Lançada originalmente em 1996, no clássico disco “Antichrist Superstar”, segundo da carreira de Manson, a música foi composta em parceria com Twiggy Ramirez, então baixista da banda na época e tem como inspiração a filosofia de Friedrich Nietzsche, tratando de temas como a cultura da beleza e, em particular as relações escravo-mestre, que, conforme descritas na canção, consistem em um grupo de “fracos” que estão “sempre errados”, são oprimidos e vivem para justificar uma elite superior (a chamada “Beautiful People”).
A música fez tanto sucesso que, em 2002, a Kerrang! classificou “The Beautiful People” em 5º lugar na lista dos 100 Maiores Singles de Todos os Tempos. Em 2003, a Q classificou “The Beautiful People” em 192º lugar na lista das 1001 Melhores Músicas de Todos os Tempos, enquanto a própria Q também incluiu “The Beautiful People” na categoria Metal Tracks da sua Ultimate Music Collection em 2005.
O videoclipe do single seria indicado em três categorias no MTV Video Music Awards de 1997, a saber: Melhor Vídeo de Rock, Melhor Direção de Arte e Melhores Efeitos Especiais. Isso só pra citar o impacto da canção e a enrascada que se meteu o Kings County, banda de Orlando, na Flórida, que só não escolheu fazer uma versão para a música de Manson como lançou também um clipe.
E, dizem que quem tem personalidade vai longe e a banda demonstra ter muita, tanto na sonoridade, quanto visualmente. Eles conseguem modernizar a faixa, que há 30 anos já era à frente do seu tempo e mesclava rock e industrial metal, dando uma lapidada melhor nas guitarras, deixando mais cristalinas, tirando um pouco da sujeira, mas sem tirar o tom futurista da faixa.
Os vocais também soam fieis, inclusive apostando nos sussurros do verso, mas ganham tons mais melódicos no pré refrão e soam ríspidos no refrão. A intenção realmente demonstra uma homenagem, com uma faixa fiel, mas que se encaixa menos no industrial e ganha contornos de rock alternativo.
O clipe é bem produzido, com edição e fotografia magistrais, com a performance no que seria uma fábrica abandonada, mesclando cenas da banda com atores em danças intimistas. Há algumas referências com o antigo, e isso só prova a genialidade da banda nessa bela homenagem! Arriscaram e acertaram!
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