Décimo álbum da banda canadense de Thrash Metal, All for you é o primeiro registro com a presença de Dave Padden. Confiramos juntos o que veio de novo com essa modificação.
Os trabalhos já são abertos com a faixa que batiza o álbum, e já pelo refrão, entoado em voz média seguida por vocais rasgados e agressivos. A guitarra que outrora soava simples e previsível, assume um espectro mais groovy aos 1:21. A performance vocal ao término também é merecedora de destaque!
Que intro! Preste especial atenção ao comportamento das guitarras que antecedem o vocal, estão perfeitamente harmonizadas! Com leve distorção e melodicamente inclinadas a algo doente, culminando na intervenção do baixo que recebe novamente as guitarras, agora junto à bateria. É… capricharam na Doctor Psycho! O único ponto mais fraco é o vocal na parte entre 2:13 e 2:28, o que é logo resolvido com uma atenuação do timbre. Os solos de guitarra fazem jus à qualidade apresentada na introdução.
Demon Dance mostra-se como a mais fraca em todos os quesitos, estranhamente não dá pra sentir o mesmo que as demais faixas passam, soa como se não devesse estar exatamente aqui e creio que até ficaria boa, em outro contexto e em outro álbum.
A faixa The One traz a cadência rítmica e harmônica necessária para dar aquela pausa pra respirar. É interessante como a banda escolheu o momento mais adequado do álbum para colocá-la. Mesmo com um range vocal deveras limitado e timbre fanho, Dave Padden desempenhou um ótimo papel aqui.
Só demorou uma faixa pra porrada voltar a comer de esmola! Guitarras estridentes e rápidas, combinando com o groove de double kick drum. Deleite-se com o baixo aos 10:12! E dessa vez o vocal se superou! Acho que Bled foi a faixa mais acertada vocalmente dentro deste trabalho.
Digna de destaque é a letra emblemática de Both of Me. É de uma profundidade tão interessante que chega até a sobrepor o instrumental que também está muito bem trabalhado. Aliás, Annihilator quase sempre traz letras assim, o que ajuda bastante a desmistificar a ideia torta de que a música pesada não tem profundidade lírica.
A faixa Rage Absolute retrata bem o que o titulo propõe, tanto instrumental quanto vocal e liricamente. Coerência composicional, compor por sensações, por imagens e por momentos. É estranhamente lindo ver isso acontecer de maneira tão arredondada dentro de uma música, e é aí que vemos e constatamos mais uma vez o poder que a mesma tem.
Todos nós temos uma música ou um Álbum que nos faz virar fã de banda X ou Y, pois é…Holding On está exercendo o mesmo efeito sobre mim em relação ao Annihilator. A banda conseguiu sintetizar o que eu mais admiro, o sentimento proposto na letra aliado ao clima criado pelo instrumental. Não é difícil se perder em meio a esses dois elementos ao tentar compor.
The Nightmare Factory é mais uma das que marcam a obra positivamente! Não é exatamente a melhor de todas, mas fica entre as que você fica torcendo pra chegar logo. Creio que o mesmo aconteça com você ao ouvi-la. Sei que já fiz menções às intervenções do baixista anteriormente, mas atente-se especialmente à boa escolha do timbre!
Chegando ao término desta agradável audição, fecha-se a bolacha com muitíssimo bom gosto sob a regência de The Sound of Horror, que tem bem cara de música de fim de álbum mesmo, e isso não é em tom pejorativo. A faixa parece ter sido escolhida a dedo para estar aqui. Definitivamente estivemos diante de uma obra que vale a pena ouvir.
Faixas
- “All for You” – 4:29
- “Dr. Psycho” – 7:03
- “Demon Dance” – 5:12
- “The One” – 4:35
- “Bled” – 6:20
- “Both of Me” – 8:08
- “Rage Absolute” – 4:46
- “Holding On” – 4:06
- “The Nightmare Factory” – 5:40
- “The Sound of Horror” – 7:40
Membros
- Jeff Waters — Guitarra, Baixo, Vocal de apoio
- Dave Padden — Vocal
- Mike Mangini — Bateria
