Por mais que alguns queiram comparar Sierra Levesque às irmãs Wilson do Heart, e que também as próprias irmãs da banda clássica de hard rock tenham notado a jovem rockeira em algum momento de sua vida, não encontro nenhum tipo de semelhança na sonoridade ou na performance. O motivo para tal é que a originalidade da guitarrista canadense transborda em sua música. Enviaram-me o single “Authority” para avaliar e, logo no início, fui tomado por uma energia que só ouvi nos primeiros álbuns de Avril Lavigne. Sim, essa comparação me parece ser mais justa, pois diferente do Heart que explorava mais as melodias, Levesque oferece algo mais pesado e orgânico.
Antes que as pedras que vocês jogarão em mim me alcancem, reitero que a semelhança desta musicista de Pembroke a sua conterrânea de Belleville, ambas de Ontário, não colide apenas nos acordes bem sequenciados ou timbres pesados, mas a atitude na voz, na letra e no próprio tipo de produção equiparam-se por igualdade. Mas não esqueça que, mais acima, eu falei em originalidade e é aí que você vai me entender. Comecemos pelo alcance vocal. O fôlego dessa cantora é uma coisa de louco, nota-se a segurança e a garra que ela utiliza ao subir o tom.
Sobre fazer um som orgânico, poucas bandas da atualidade conseguem fazer isso, pois maquiam o seu som com plug-ins e toda sorte de outros softwares, para parecerem melhores do que parecem. Não é mesmo, Dona “Lavigne”? Aqui, a pancadaria é no talo, é baixo, bateria, voz e guitarra no talo. Sobre a cozinha, o andamento cadenciado e explosivo remete a algo dos anos 80, tipo “Eye Of The Tiger”, mas não vamos falar aqui de Survivor, vamos falar do alinhamento desse baixo com o bumbo da bateria que é de uma cumplicidade mortal.
Sobre a comissão de frente, nada mais justo também reconhecer a qualidade dessa menina como guitarrista, já que como vocalista está anos-luz à frente da própria geração. Ok, em “Authority” não há uma execução que possamos reconhecê-la como boa solista, embora alguns acordes ali se contrastam com a base. Mas é nesse ponto que a “onça bebe água”, as bases da música são como misseis devastando tudo que vê à frente até alcançar o seu objetivo que, neste caso, é a tua mente. A galopada da Flying V da garota é tremendamente empolgante e dá um tapa na cara de tiozões que se acham fodões. Venha para o Brasil, Sierra Levesque!
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