The Finch Cycle explora novas texturas em seu álbum “Mt. Pilot”

Disposto a compor músicas que buscam energias mais profundas, o produtor e guitarrista Bradley Murray (ex-Sunny Disposition) criou o projeto The Finch Cycle que, neste momento, libera o seu primeiro álbum completo “Mt. Pilot”. Suas oito músicas instrumentais são encabeçadas por “Sarah Tone In”, uma execução cujos riffs em distorções saturadas sugerem um estilo ácido na escola indie. Contudo, suas melodias são bem ascendentes e instigantes. Já em “A Transient Response”, o lado melódico é bem mais acentuado, pois a suavidade de seu clima permite sentirmos mais de perto o som que vem livre de qualquer sujeira – no que se refere à distorção, claro.

Embora Murray ofereça as suas ideias ao gosto da juventude de garagem, algumas músicas como “Neuro Backpack” se destacam pela maturidade. Além disso, trechos complexos inserem no tema mais mistério, com uma pequena atmosfera densa. Em meio a esse conjunto de sensações, surgem belas vocalizações e um trobonezinho tímido ao fundo, tocado por Brendan Bartlett. Depois disso, a fluidez sonora é conduzida pela música “An Avalanche of Hope”, que possui andamento cadenciado e uma estética perfeitamente linda. A execução das notas começam de maneira delicada, até descambarem em uma poderosa onda de som que rodopia em nossos ouvidos.

Seguindo o repertório, o álbum “Mt. Pilot” apresenta uma de suas músicas mais pesadas, “James Squared”. Seus riffs possuem texturas pomposas, o que deixa a música com uma incrível personalidade. Na cozinha, o baterista Michael Evans-Barker tenta encaixar o melhor acompanhamento para contribuir com toda a massa sonora, e consegue executando cadências mais longas e viradas curtas. Se “James Squared” performa de maneira mais intricada, “Parents and Friends” é exatamente o oposto. A música se inicia com uma melodia mais solta e é conduzida por um andamento mais versátil, porém o peso da guitarra se alterna com passagens mais delicadas.

Com alguns movimentos soturnos, “Diesel Hands” entra desbravando terreno com sua melodia misteriosa. Adornada também por arranjos do instrumento de sopro, o clima que a música passa é de conforto, embora sinalize mais à frente um caminho denso e empoeirado. O último título, “A Ticket For August” possui uma empolgação diferente, um clima mais setentista, por assim dizer. No entanto, é inserida na fórmula que o The Finch Cycle apresenta, assim como todas as outras. Sinteticamente falando, “Mt. Pilot” é um trabalho com muitas perfeições. Agora, resumido, é um álbum puro e simplesmente artístico, fruto de uma consciência pulsante.

Ouça “Mt. Pilot” pelo Spotify:

Visite o site oficial do projeto em:

https://www.thefinchcycle.com

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