Resenha: Fallen Idol – Seasons Of Grief (2016)

Sabe aquele Doom Metal pesado, arrastado, melancólico, do estilo que o glorioso Black Sabbath fez, e que bandas como o Candlemass e Avatarium continuam fazendo como ninguém? Então, uma banda brasileira também faz, e com uma qualidade excepcional. Falo do Fallen Idol, banda de Arujá (SP), que lançou o seu segundo full-lenght em 2016, chamado “Seasons of Grief“.

A banda conta com três integrantes, o que é surpreendente por conta da qualidade do som, que é bastante encorpado, sujo e pesadíssimo. A faixa-título abre o álbum com muito peso, com passagens melódicas, além de um ótimo solo de guitarra. O backing vocal também merece elogios, pois se encaixa muito bem.

Nobody’s Life” é mais arrastada, conta com uma performance marcante do baixista Márcio Silva, acompanhado por um solo de guitarra simplesmente lindo, com um feeling espetacular. “Unceasing Guilty” também é arrastada, mas de um modo diferente, com um riff principal mais presente. Outro solo de guitarra é apresentado com muita competência, a faixa com certeza é uma das melhores do álbum.

Heading For Extinction” é mais rápida, com um belo trabalho nos bumbos da bateira de Ulisses Campos, conta com um refrão bastante sombrio e marcante, ao meio da faixa, uma mudança de andamento é feita com muita excelência, conta até com algumas notas de órgão levemente distorcidas, que acabam lembrando até alguma coisa do Ghost. Ótima faixa.

A próxima canção é “The Boy and the Sea”, que esteve apresente na Coletânea Roadie Metal Volume 8. Essa faixa talvez seja a que mais mostra influencias do Black Sabbath, por conta de seu andamento comandado pelo Riff. Em sua metade conta com outro solo de tirar o chapéu, e antes da sua parte final conta com um momento bem melancólico, talvez o maior do álbum, antes de retomar o ritmo do começo da faixa.

https://www.youtube.com/watch?v=IJBrP6cr0lw

Worsheep Me” é marcante, o vocalista/guitarrista Rodrigo Sitta deixa sua assinatura em outra performance matadora, tanto no vocal quanto na guitarra. É cadenciada mas não chega a ser tão arrastada, um boa faixa que nos encaminha para o final do álbum, com “Satan’s Crucifixion”, outra que deixa em evidencia as influencias do Sabbath, de uma forma mais explicita, fechando o álbum de forma brilhante.

A mixagem do álbum é perfeita, limpa e super audível, sempre um ponto positivo para qualquer banda e qualquer álbum. A performance dos músicos é simplesmente arrasadora, tudo bem encaixado em seu devido lugar. Esse é uma prato cheio para os fãs do gênero, que hoje em dia não conta com um número grande de bandas com qualidade. Me arrependo de não ter ouvido esse álbum antes, pois me surpreendeu pela qualidade do trio de músicos, que nos entregam sete ótimas faixas que enchem de orgulho quem gosta de boa música.

Formação:
Rodrigo Sitta (vocal e guitarra);
Márcio Silva (baixo);
Ulisses Campos (bateria).

Faixas:
01. Seasons of Grief
02. Nobody’s Life
03. Unceasing Guilt
04. Heading for Extinction
05. The Boy and the Sea
06. Worsheep Me
07. Satan’s Crucifixion

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