Resenha: ELF – Carolina County Ball (1974)

Atualmente o nome de Ronnie James Dio vem sendo motivo de revolta por uma parte dos fãs mais velhos e motivo de vibração pela nova geração, que agora terá a oportunidade de ver um show com antigos membros da banda solo do cantor em tour, com a “Dio-Returns”, na qual o vocalista falecido em maio de 2010, irá ser representado por um holograma e terá sua voz incluída em formato de playback para as apresentações, mas esse texto não será destinado a esse objetivo de falar sobre esse evento que estará preste a acontecer por todo o continente.

O nome Dio é uma espécie de “Sagrado” aos fãs de metal, afinal, quem em sã consciência não conhece sua obra a frente das bandas “Rainbown”, Black Sabbath e sua carreira solo “Dio”? Uma carreira de sucesso e indiscutível, discos multiplatinados e considerado quase que de forma unanime, ser uma das vozes mais lindas e poderosas da música.

Um fato esquecido por muitos e quase nunca mencionado em matérias relacionadas a carreira do cantor, é sobre sua obra a frente da banda ELF, essa não foi sua primeira banda, o músico já tentará formar vários grupos até chegar ao ELF, sendo que esse último foi a primeira banda que o músico gravou oficialmente um registro de estúdio, sendo ao total três álbuns, 1º ELF (1972), 2º Carolina County Ball (1974) e Trying to Burn the Sun (1975).

Um fator importante que me motivou a escrever sobre o ELF, além do motivo mencionado no início desse texto, foi ter recentemente recebido da gravadora brasileira “Hellion Records”, o álbum “Carolina County Ball”, (lançamento físico e exclusivo da gravadora), e automaticamente sentir aquele sentimento nostálgico e quase instantaneamente perceber que esse disco se torna um dos mais raros de minha coleção.

“Carolina County Ball” possui nove faixas que mesclam rockabilly, clássic rock, progressive e hard rock, aos desavisados, não espere aqui um álbum de Metal tradicional com as vocalizações em agudos altos e berros magistrais do baixinho, leve em consideração que esse era o início e Dio está em plena forma, mas mais cometido em sua vocalização, deixando claro que tudo é muito bem feito e sua performance é incrível do início ao fim.

O álbum abre com a faixa título, “Carolina County Ball”, com bases de bateria, baixo e piano, a música possui uma levada meia Southern/Blues, um destaque bem legal na música, são os arranjos dos instrumentos de sopro e os backing vocals femininos, que criam toda a magia da música antiga ou se preferir, um clímax clássico.

“L.A. 59”vem na sequência e inicialmente era o nome oficial do disco, tanto que no Japão o álbum foi lançado com esse nome, a música é mais hard rock e mostra mais arpejos de técnica e melodias mais dançantes. Dio já apresentava sua voz imponente e cheia de drives marcantes, durante toda a música o baixinho enche os fones com sua marca registrada, a voz.

Com uma levada mais Country/Southern, a música “Ain”t It All Amusing”, possui um gingado delicioso aos ouvidos, utilizando de muita percussão, a música tem uma batida única e completamente envolvente, uma das mais experimentais do álbum, experimente escutar a faixa e não se mover! Uma missão quase impossível.

Melancólica e cheia de elementos do Jazz e Blues, “Happy”, é uma balada que permite que “Dio” imprima toda sua técnica, vocalizações duplicadas e um belíssimo arranjo de piano são os principais destaques da faixa, sem contar a emoção imposta na voz do mestre Ronnie.

Outra música mais Hard Rock, uma das mais pesadas do álbum, “Annie New Orleans”, é direta do início ao fim e com poucas experimentações, todos os instrumentos caminham juntos nas harmonias, criando uma base para Dio colocar sua voz de maneira suave e sem muitos excessos.

“Rocking Chair Rock ‘n Roll Blues” é a mais conhecida do álbum, sendo o primeiro single lançado e mundialmente reconhecida, a música começa com harmonias mais calmas, dando a impressão de ser uma balada e com o decorrer do tempo vai crescendo e se tornando uma bela construção harmônica e cheia de groove. Uma música atemporal e clássica absoluta.

Outro clássico do álbum, “Rainbown” compete diretamente com a música anterior, belíssimos arranjos de piano e mais uma vez a voz imponente de Dio dá todo o charme a música, incluída nas principais rádios “melodies” do país, essa música é garantia de ser conhecida por quem tem entre 45/70 anos. Alguns desconhecidos ao ouvir a música se questionarão em não identificar a voz do Ronnie Dio. Um dos refrãos mais lindos do Rock está nessa música.

“Do The Same Thing” é hard rock da mais pura essência, feeling e velocidade são contagiantes, a música é uma das mais rápidas do álbum e possui um belo solo de guitarra.

Fechando essa obra épica, a música “Blanche” se destoa de todo a obra, diferente e soando como um conto de ninar, a música é o ponto mais fraco desse disco, por causa dessa música a nota não será 10, mas isso é apenas a opinião desse autor.

Se você conhece a fundo apenas as obras do Ronnie James Dio a frente das bandas “Rainbown”, “Sabbath” e “Dio”, faço um convite, escute os primeiros registros da carreira do baixinho, você não ira se arrepender, existe muita qualidade e músicas incríveis em seus três registros a frente do ELF. O vem a seguir na história dele é lenda ou mito se preferir.

 

O disco pode ser adiquirido na “Hellion Records Brazil”:

https://www.facebook.com/HellionRecordsBrazil/

Tracklist:

01 – Caronila County Ball

02 – L.A. 59

03 – Ain’t All Amusing

04 – Happy

05 – Annie New Orleans

06 – Rocking Chair Rock ‘N’ Roll Blues

07 – Rainbown

08 – Do The Same thing

09 – Blanche

Formação:

 

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