Resenha: Warbringer – Woe To The Vanquished (2017)

Nos últimos anos tivemos um fenômeno do qual não fiz parte: uma legião de bandas resgatando características e sonoridades criadas do começo à meados da década de 80. Foi e ainda é uma febre, dezenas de bandas se promovendo como “Thrash Metal Oitentista”. São shows abarrotados de público e músicos portando suas belas jaquetas cheias de patch, tênis brancos de cano alto, calça colada e bonés de aba reta dobrada pra cima.

Algumas bandas são boas, genuinamente boas: Toxic Holocaust, Municipal Waste, Iron Reagan e Fueled By Fire são alguns exemplos, mas fazem parte da elite. São bandas bem gravadas e produzidas, e que apesar de terem uma estética mais crua, não chegam a ser um copycat de tudo que surgiu na Bay Area. São bandas com um som mais encorpado, as guitarras adicionam mais peso e não só a velocidade, os vocais são mais trabalhados – na medida do possível. É uma galera que sabe o que tá fazendo e sabe aproveitar bem o que houve de evolução nos últimos QUARENTA ANOS de música. Sem contar que os discos não parecem que foram gravados dentro de um banheiro.

É ai que entra Warbringer, uma banda obrigatória pra quem gosta de Thrash Metal. Tenha você 15, 30 ou 95 anos. O quinteto norte americano foi formado no começo dos anos 2000, mas seu primeiro disco só foi lançado em 2004, o War Without End. É bem cru, rápido, reto e carregado da energia dos anos 80.

As estruturas das músicas, os riffs, tudo nos remete ao berço do Thrash Metal. Só em 2012, com o lançamento do “Worlds Torn Asunder” que a Warbringer demonstrou mais amadurecimento; as características clássicas estavam todas lá, mas havia algo a mais.

“Woe To The Vanquished” é o primeiro disco sob a bandeira da Napalm Records, e também o primeiro a contar com Jessie Sanchez no baixo (Bonded By Blood, ex-Holy Grail) e Chase Becker na guitarra (ex-Desecrate). É um álbum que mantém a pegada desenvolvida em “War Without End” (2004) e “IV: Empire Collapse” (2013) – os meus favoritos. A melhor forma de identificar a sonoridade de  “Woe To The Vanquished” é como Thrash Metal, pura e simplesmente. É um disco Thrash em sua essência, reto e direto. Os vocais de John Kevill não são presos a um estilo, ele consegue transitar tanto entre linhas mais retas indo até momentos mais graves. Ainda tem os gritos dignos do Tom Araya (Slayer).

O disco é sem encheção de linguiça, são 8 músicas em 40 minutos. De modo geral, seguem aquela estrutura padrão do Thrash: riff, solos, bateria e etc. Inclusive em muita coisa fica aquela impressão de “já ouvi isso antes” – mas (pelo menos pra mim) alguns detalhes tiram a impressão de estar ouvindo um disco lançado em 1982. É um disco pesado, com qualidade de produção e gravação impecável.

Muitas bandas de Thrash fizeram mudanças agressivas nos estilos das músicas, influencias pelo Rap, Nu-Metal, Alternativo e Death Metal, o que gerou uma enxurrada de discos meia-boca nos anos 90. Acredito que se alguns dos grandes nomes do Thrash Metal americano não tivessem dado algumas derrapadas, seus discos teriam um formato mais ou menos como foi desenvolvido em “Woe To The Vanquished”.

Formação:

Adam Carroll (guitarra)
John Kevill (vocal)
Carlos Cruz (baterial)
Jessie Sanchez (baixo)
Chase Becker (guitarra)

Faixas:

01 – Silhouettes
02 – Woe to the Vanquished
03 – Remain Violent
04 – Shellfire
05 – Descending Blade
06 – Spectral Asylum
07 – Divinity of Flesh
08 – When the Guns Fell Silent

 

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