O ano de 1972 foi marcado por diversos acontecimentos importantes no cenário cultural, econômico, político, entre outros, como a devolução de Okinawa ao Japão, a primeira marcha LGBT na Inglaterra, o atentado contra a delegação de Israel nas Olimpíadas de Munique, a eleição de Richard Nixon à presidência da América e dois acidentes de avião deixando mais de 100 mortos, incluindo um na Cordilheira dos Andes em que os sobreviventes só foram encontrados meses depois em um momento em que já tinham apelado ao canibalismo para sobreviver.
Na área musical, mais especificamente no rock, foi um ano mágico para o que hoje chamamos de “rock clássico”, para o heavy metal e para o rock progressivo. Como vimos na primeira parte do Top 5 – 1972 (clique aqui), algumas bandas de prog lançaram algumas de suas obras-primas, como Jethro Tull (Thick as a Brick), Yes (Close to the Edge) e Genesis (Foxtrot), além do Black Sabbath com Vol. 4, que é considerado uma bíblia do doom e stoner, e de David Bowie com seu clássico Ziggy Stardust.
Nesta segunda parte do Top 5 – 1972, trouxe álbuns que marcaram o rock n’ roll, o hard rock, o heavy metal, o rock progressivo e o blues rock.
Machine Head – Deep Purple
Eu poderia escrever sobre Machine Head usando apenas seis palavras: Smoke on the Water – Highway Star. Possivelmente os dois maiores clássicos do Deep Purple estão em Machine Head e, junto com faixas como “Lazy” e “Space Truckin’”, fazem deste o favorito de muitos fãs da banda inglesa. Machine Head também consolidou a formação com Gillan, Blackmore, Glover, Lord e Paice como o line-up mais clássico do Deep Purple. O riff de “Smoke on the Water” e os solos de “Highway Star”, junto com todo o potencial desses cinco caras tocando juntos, foram uma influência gigantesca para as gerações seguintes.
Exile on Main St. – The Rolling Stones
Décimo LP dos Stones, é até hoje o único disco duplo de estúdio da banda. Um trabalho que passeia pelo rock n’ roll, pelo blues, country, soul e até gospel. Para muitos a maior obra-prima da banda. “Happy” (com Keith Richards no vocal), “Rocks off”, “Casino Boogie”, “All Down the Line”, “Sweet Virginia”, “Ventilator Blues” e “Tumbling Dice” mostram boa parte da genialidade da bolacha, que entrou para a história como o ápice de uma sequência de gloriosos lançamentos dos Stones que começou com Beggars Banquet (1968), continuou com Let It Bleed (1969) e Sticky Fingers (1971) até chegar no pico em Exile On Main St.
Trilogy – Emerson, Lake & Palmer
Terceiro trabalho de uma das mais conceituadas bandas de prog, Trilogy foi o disco que aumentou a popularidade do ELP e era o favorito de Greg Lake, o L da banda. Clássicos como “The Sheriff”, “From the Beginning”, a versão de “Hoedown” (um dos ápices dos shows da banda) e a suíte “The Endless Enigma” fazem desse álbum não só um dos melhores da banda, mas um dos grandes clássicos do rock progressivo. Trilogy chegou ao #5 na Billboard e #2 nas paradas inglesas. Realmente, outros tempos…
Demons & Wizards – Uriah Heep
Uma das bandas mais idolatradas pelos grupos de heavy metal da geração seguinte, o Uriah Heep, na época com uma formação monstruosa com nomes como David Byron nos vocais, Mick Box na guitarra, Ken Hensley nos teclados e Lee Kerslake na bateria, lançou em 1972 seu disco Demons & Wizards, que influenciou uma geração de novos headbangers como faixas como “Easy Livin’”, “Traveller in Time” e “All My Life”; o álbum ainda flerta o hard rock com o prog em diversos momentos.
Rio Grande Mud – ZZ Top
Segundo LP dos texanos barbudos, Rio Grande Mud é uma aula de blues rock, boogie e aquele rock sulista americano que texanos sabem fazer melhor do que ninguém. Ouvir Rio Grand Mud do início ao fim é uma delícia e ele foi e é referência para uma cena que nunca tem fim: o southern rock. “Francine”, “Mushmouth Shoutin’”, “Chevrolet” e “Just Got Paid” são só alguns dos clássicos aqui contidos.
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