Roadie Metal Cronologia: In Flames – Reroute to Remain (2002)

O ano era 2002 e o In Flames entrou de vez na modernização de seu som. Aquele velho melodic death metal deu lugar a algo mais diversificado, com intenções mais modernas, provavelmente para angariar mais fãs ou um tipo de público mais diferenciado. O sucessor de “Clayman” (2000) e sexto álbum de estúdio do In Flames foi produzido por Daniel Bergstrand, lançado em setembro daquele ano. Claro, que a mudança de sonoridade partindo para um metal modernoso, alternativo, com algumas faixas com vocais limpos, causou estranheza nos fãs, até com certa rejeição, porém é digno de nota que o esforço da banda em atingir o mercado americano teve lá suas compensações. O som mais acessível realmente atraiu novos fãs, popularizou o nome da banda na cena heavy metal americana da época e críticas favoráveis, alcançando a 13ª posição na parada de álbuns independentes da Billboard.

Como já dissemos acima, houve uma mudança proposital na sonoridade da banda, porém vale mencionar que a essência do In Flames estava lá, com seu melodic death metal característico, vocais poderosos, guitarras ensandecidas, bateria pesada, etc. A produção foi caprichada, ajudando a manter a qualidade do trabalho. E ainda nos brinda com uma bela arte de capa.

A canção que dá título ao disco foi a escolhida para dar o ponta-pé inicial. “Reroute to Remain” é uma música bastante melodiosa, porém forte e impactante, com os vocais mais rasgados ao estilo new metal, já mostrando ao ouvinte ao que se propunha o In Flames, ou seja soar diferente. “System” já entra bem acelerada, com ritmo insano, porém com mudanças no andamento e alternando vocais brutais com mais limpos. A terceira faixa, “Drifter” abre com a bateria dando as cartas e mais próxima do estilo death metal, que as anteriores. “Trigger” foi lançada como single. É uma música potente, densa, com um refrão mais melodioso. Sua sucessora, “Cloud Connected” também foi lançada como single. Abre com um som sintetizado e tem um ritmo grandioso, com vocais brutais e limpos, um bom refrão, mostrando do que a banda é capaz de fazer.

“Transparent” traz um ritmo mais cadenciado e vocais intensos e ainda nos brinda com um solo bem executado. “Dawn of a New Day” quebra totalmente o ritmo da audição, pois é uma canção mais lenta, chegando a uma quase balada, por assim dizer, sendo cantada com vocais mais limpos, uma bela música por sinal. “Egonomic” traz de volta a brutalidade, por ser bem enérgica, um death metal clássico. A nona faixa “Minus” mantém a ideia anterior, porém com um pouco mais de cadência, e trazendo alguns momentos de vocais mais limpos. “Dismiss the Cynics” mantém a pegada death, mas um pouco menos agressiva, com mais melodia.

A parte final da audição traz a faixa “Free Fall”, que inicia bem calminha como o ninar de um bebê. É uma faixa bem cadenciada, meio aventuresca, cheia de samples e com destaque para a bateria. “Dark Signs” vem em seguida, com uma pegada new metal e um ótimo refrão. “Metaphor”, a penúltima faixa derruba por terra toda a agressividade, por ser uma semi-balada, bem ritmada e com vocais limpos e bastante melodiosa e ainda teve as participações de Maria Gauffin, nos vocais de apoio e Fiol-Olof, no violino. A audição se encerra com “Black & White” Reacendendo a fogueira e mandando os ouvidos incautos pra lona. Um belo trabalho de bateria.

Após ouvir “Reroute to Remain” fica aquela sensação de que o esforço em se desejar alcançar novos mundos e angariar novos fãs valeu a pena, apesar de os fãs mais puritanos torcerem o nariz, por não ser um trabalho preso ao estilo melodic death metal. A nossa análise aqui não entra na questão do olhar dos fãs propriamente dito, mas da musicalidade em questão e nesse ponto podemos dizer que o In Flames passou no teste. Não à toa a bolachinha entrou numa seleta lista dos 500 melhores álbuns de rock e metal de todos os tempos. Veja bem, essa redatora que vos escreve não compartilha desta decisão, mas procurou ser mais justa com o trabalho em questão.  

In Flames – Reroute to Remain
Data de Lançamento: 03 de setembro de 2002
Gravadora: Nuclear Blast



Tracklist:
01. Reroute to Remain (03:53)
02. System (03:39)
03. Drifter (03:10)
04. Trigger (04:58)
05. Cloud Connected (03:40)
06. Transparent (04:03)
07. Dawn of a New Day (03:40)
08. Egonomic (02:36)
09. Minus (03:45)
10. Dismiss the Cynics (03:38)
11. Free Fall (03:58)
12. Dark Signs (03:20)
13. Metaphor (03:39)
14. Black & White (03:33)

Formação:
Anders Fríden (vocais)
Jesper Strömblad (guitarra rítmica)
Björn Gelotte (guitarra solo)
Peter Iwers (baixo)
Daniel Svensson (bateria)

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