Roadie Metal Entrevista: Lilith’s Revenge – “A figura de Lilith está muito ligada ao não conformismo feminino, à não aceitação de valores e normas desadequados e discriminatórios”

Estreante em meio ao caos da pandemia da Covid-19, a banda lusitana Lilith’s Revenge é uma das mais novas revelações da cena do metal português, tendo dado seu pontapé inicial no final de 2020 com o single “Hand On Heart”, lançando depois em janeiro o “Revenge”, que contou com a particiação especial de Björn Strid, do Soilwork.

Agora, com a nova parceria com a assessoria da Roadie Metal, a banda pretende cruzar o atlântico trazendo o seu som ao Brasil, país ligado a sua terra natal pela língua, pela história, e porque não, pela música.

E para falar da sua debutante carreira, o grupo formado por Paula Teles (vocal), Paulo Silva (guitarra), Bruno Sousa (guitarra), Edu Silva (baixo) e Joe Sousa (bateria), deram uma entrevista exclusiva para a Roadie Metal, a qual pode ser conferida a partir de agora.

(NR: Como vocês vão perceber, as respostas estarão escritas do ‘jeito português’ de se falar a língua, tendo em nenhum momento esse redator que vos escreve tentado ‘abrasileirar’ nenhum termo, com o intuito de manter a autenticidade nas falas dos entrevistados.)

Roadie Metal: Falem um pouco sobre a história da banda.

Paula: Eu tinha saído há pouco tempo de uma banda, isto depois de ter trabalhado muitos anos ligada à música clássica, e estava a pensar criar a minha própria música; não queria mais cantar pensamentos, ideias, de outra pessoa. A minha primeira opção passou por trabalhar com músicos contratados, mas rapidamente cheguei à conclusão que não era bem isso, faltava-lhe o espirito do trabalho em conjunto. O Paulo era meu aluno de canto, eu sabia que ele tinha (tem) uma banda, os Strings in Veins, e então fiz-lhe a proposta.

Roadie Metal: Por que o nome “Lilith’s Revenge”?

Paula: A figura de Lilith está muito ligada ao não conformismo feminino, à não aceitação de valores e normas desadequados e discriminatórios. Quisemos trazer este marcar de posição para a música, até porque é um meio onde a mulher ainda é bastante objetificada.

Roadie Metal: Como tem sido a recepção dos primeiros singles?

Paula: Estamos muito satisfeitos com a forma como os nossos dois primeiros singles foram recebidos. Contávamos com alguma resistência por parte das pessoas, isto porque a nossa música não se assume dentro de um estilo em concreto. Não teríamos conseguido chegar a tanta gente sem o apoio de alguma imprensa portuguesa, à qual estamos muito gratos.

Roadie Metal: Vocês pretendem lançar um EP ou um álbum futuramente?

Paula: Sim. Contamos lançar um álbum ainda este ano.

Roadie Metal: Quais serão os próximos lançamentos?

Paula: Estamos a preparar o single sucessor da “Revenge”. Sairá em breve.

Roadie Metal: Quais são suas principais influências?

Paula: Eu não estou presa a nenhum estilo musical, ouço música clássica, metal, rock clássico, hard rock. Há algumas bandas que considero marcantes para mim, como Led Zeppelin, Thin Lizzy; sou muito fã de Europe, por exemplo. Acho que tudo o que vou ouvindo no dia-a-dia acaba por me influenciar.

Paulo: Desde muito novo a principal influência foi Metallica. Nos últimos anos fui também influenciado por Ronnie James Dio e Alter Bridge. Diria que estas bandas/ artistas são as minhas três maiores influências que descrevem o meu estilo.

Edu: Quanto a influências musicais, vão desde o rock até ao metal mais clássico, como Ronnie James Dio, Rainbow, e Black Sabbath, passando pelo heavy metal e metal progressivo, com bandas como Megadeth, Metallica, Iron Maiden e Tool, até a estilos mais alternativos como Red Hot Chili Peppers, Muse ou Royal Blood. Ouço um pouco de tudo e cada vez mais, estilos de música diferentes.

Roadie Metal: Quais são as expectativas após fechar essa nova parceria com a Roadie Metal?

Paula: Nós gostavamos que a mensagem que passamos através da nossa música chegasse a um número mais alargado de pessoas. Estamos a contar que a parceria com a Roadie Metal nos ajude a atingir esse objectivo.

Roadie Metal: Vocês acham que o público brasileiro e o público português são conectados de alguma forma?

Paula: Sem dúvida! A cultura musical de ambos os países acaba por se tocar em alguns pontos, faz parte do nosso ADN musical. Para além disso, ambos os públicos são incrivelmente efusivos quando estão assistir aos concertos das suas bandas preferidas. Somos pessoas emotivas, isso nota-se no que toca à arte.

Roadie Metal: Vocês consomem algo da cultura brasileira?

Paula: Sem falar da música (o Brasil é um dos países mais fortes no universo do metal!) que sempre me tem acompanhado, sou grande fã do humor que se faz no Brasil, assisto e sigo alguns canais do YouTube brasileiros e sou colecionadora das revistas da Turma da Mônica; na minha última contagem tinha 675 revistas.

Edu: Música, gosto muito de Sepultura e também de Angra, que tem músicos que aprecio bastante: Felipe Andreoli, é um baixista excelente, e o Kiko Loureiro, agora membro dos Megadeth, que é um dos guitarristas que mais aprecio. Também gosto de vários streamers e humoristas. Revistas, blogs, etc.

Roadie Metal: Como foi estrear um novo projeto em meio a uma pandemia?

Paula: Foi fácil e difícil ao mesmo tempo. Foi fácil porque todos queríamos isto, estávamos em sintonia, tínhamos coisas para dizer. Foi difícil porque o trabalho tornou-se mais lento, com mais impedimentos.

Roadie Metal: Qual a mensagem de vocês para o público brasileiro?

Paula: Gostavamos muito que ouvissem a nossa música. Temos muito para dizer, mas as coisas só funcionam se alguém nos der a chance de sermos ouvidos… e ninguém melhor do que o público brasileiro para compreender a nossa mensagem.

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