Roadie Metal Cronologia: Kansas – Leftoverture (1976)

“Carry on, my wayward son, there’ll be peace when you are done. Lay your weary head to rest, don’t you cry no more”.

É com uma das mais emblemáticas melodias da história do rock que abre Leftoverture, do Kansas, lançado em 21 de outubro de 1976, produzido por Jeff Glixman e pela própria banda.

Na época das composições para este álbum, o vocalista e multi-instrumentista Steve Walsh passou por um bloqueio criativo, por isso somente 3 das 8 composições são creditadas a ele, enquanto o guitarrista Kerry Livgren assumiu a liderança nesse quesito.

E Kerry segurou a onda perfeitamente, Leftoverture é um dos álbuns mais conceituados do Kansas.

“Carry On Wayward Son”, como dito, é altamente reconhecível pelo seu refrão que também é a introdução da música. Uma faixa absolutamente atípica: começa com linhas vocais e não com instrumental, tem um solo de guitarra antes de começar a primeira estrofe da música… e é talvez a segunda canção mais importante na história do Kansas, sendo a primeira “Dust in the Wind”, claro. Possui uma fantástica linha vocal, que combina perfeitamente com as melodias de teclado que fazem “cama” para ela, além de solos de guitarra que casam perfeitamente com a base. Uma curiosidade: Livgren a compôs para ser uma continuação da música “The Pinnacle”, que fecha o disco anterior Masque (1975).

“The Wall” é uma bela composição, guiada pelo vocalista Steve Walsh e com uma performance fantástica do baterista Phil Ehart. Em seguida vem “What’s On My Mind”, uma faixa com riffs mais rock n’ roll, que foi o segundo single de Leftoverture.

O lado A do LP fecha com “Miracles Out of Nowhere”, canção que cresce no refrão e é uma das mais progressivas do álbum, com alterações certeiras de andamento e belas melodias. É uma das duas músicas em que Robby Steinhardt (o membro da banda cabeludo e barbudo que todos comentam do clipe de “Carry On My Wayward Son”) assume o vocal; a outra é “Cheyenne Anthem”, no Lado B do disco.

Lado B que começa com “Opus Insert” e “Questions of My Childhood”, a primeira guiada pelos teclados com excelentes trechos acústicos, com um crescendo vocal que leva a faixa a uma das sessões instrumentais mais interessantes do trabalho; a segunda mais rápida e “alto astral”, uma das que Walsh foi co-compositor, com uma linda base do baixo de Dave Hope.

Finalizando o álbum vem “Cheyenne Anthem”, uma bela balada prog, certamente um dos momentos mais bonitos de Leftoverture, e “Magnum Opus”, a mais longa com 8 minutos e 25 segundos, um épico dividido em 6 partes e única onde todos os seis membros da banda são creditados como compositores. Trata-se de uma linda composição que possui muita das marcas registradas do Kansas: o instrumental complexo, mas que não soa “estranho” para ouvidos não acostumados, as mudanças de andamento características não só da banda, mas do gênero, as lindas melodias vocais e a importante participação de todos os instrumentistas da banda, deixando-a mais floreada e teatral.

Em suma, não é por pouco que Leftoverture é sempre nomeado como um dos melhores discos do Kansas; a banda estava em uma crescente e este trabalho faz parte dessa linha ascendente como um dos grandes momentos dessa trajetória.

Kansas – Leftoverture
Data de lançamento: 21 de outubro de 1976
Gravadora: Kirschner/EPIC/CBS

Tracklist:
1 Carry On Wayward Son
2 The Wall
3 What’s On My Mind
4 Miracles Out of Nowhere
5 Opus Insert
6 Questions of My Childhood
7 Cheyenne Anthem
8 Magnum Opus
– Father Padilla Meets the Perfect Gnat
– Howling at the Moon
– Man Overboard
– Industry of the Parade
– Release of the Beavers
– Gnat Attack

Formação:
Steve Walsh – vocais, orgão, piano, sintetizadores, vibraphone e vocais de apoio
Kerry Livgren – guitarra, piano, clavinet, moog, oberheim e sintetizadores ARP
Robby Steinhardt – violino, viola, vocais de apoio e vocal
Rich Williams – guitarra e violão
Dave Hope – baixo
Phil Ehart – bateria e percussão

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