Quando Tarja Turunen foi demitida do Nightwish ninguém sabia quais os rumos que a banda tomaria, se continuaria ou terminaria. Mas, eis que, após um período de pausa e outro em busca de uma substituta, foi revelada ao mundo a vocalista sueca Anette Olzon, que por sua vez em nada remetia a Tarja e, infelizmente, desagradou a muitos com seu estilo vocal (principalmente com seu histórico em grupos de Pop/Rock) e algumas performances ao vivo. Apesar de tudo, ela se saiu muito bem, e registrou um dos melhores trabalhos da banda finlandesa!
“Dark Passion Play” foi lançado em 26 de setembro de 2007 pelo selo Spinefarm Records (relacionado à Universal Music Group) e é o sexto álbum da banda, em um hiato de três anos após o aclamado “Once” (2004). Soando mais pesado, moderno e sombrio (refletido pelo estado emocional abalado de Tuomas), o álbum não possui faixa alguma abaixo da média, mas sim, muita qualidade e composições fortíssimas e inspiradas! Vale dizer também que todos os integrantes se saíram muitíssimo bem em todas as suas partes, cumprindo com honra a missão.
Para a divulgação foram lançados os singles: “Eva”, e quase que simultaneamente, os vídeos das excelentes músicas “Amaranth” e “Bye Bye Beautiful” (uma clara despedida à vocalista anterior), que foram filmados em Los Angeles. “The Islander” (uma antiga composição da banda de Marco Hietala, o Tarot, que nunca havia sido utilizada), também foi single e ganhou um vídeo oficial, que saiu apenas em 2008. Outra que ganhou vídeo, que não foi single e nem saiu no tracklist do álbum, foi “While Your Lips Are Still Red” (composta para ser tema de um filme finlandês), que conta apenas com Marco, Tuomas e Jukka.
Diversidade também será algo que o ouvinte não poderá reclamar aqui, pois desde a abertura, com “The Poet and the Pendulum” e seus quase 14 minutos de duração (dividida em 5 partes), vemos a grandeza do disco, indo de partes orquestradas e sentimentais às mais pesadas e diretas. Por falar em peso, a já citada “Bye Bye Beautiful” também pode surpreender aos desavisados, juntamente com “Master Passion Greed”, e suas passagens agressivas (algo até então, inédito), retratando o ódio causado pelas experiências ruins enfrentadas anteriormente, além de fazer referencia a Tarja e seu marido, o argentino Marcelo Cabuli, sendo cantada exclusivamente por Marco.
Ainda como provas da diversidade, temos faixas também diferentes do usual, optando pela modernidade, como as envolventes “Amaranth” e “The Cadence of Her Last Breath”, que assim como as demais, possuem refrões bem bacanas e profundos. A balada “Eva” e “For the Heart I Once Had”, podem possuir um discreto acento “comercial”, mas não deixam a peteca cair. As misteriosas “Sahara”, “Whoever Brings the Night” e “7 Days to the Wolves” mantêm o peso, as orquestrações e o clima de pompa, dinamismo e grandiosidade. Finalizando… “The Islander”, sinceramente, é a que menos agradei, e a que menos ouvi, nestes quase dez anos que conheço este disco, mas não que seja uma música ruim, já que possui um andamento mais Folk, mas, apenas nunca me agradou mesmo. A instrumental “The Last of the Wilds” é um show de interpretação, também caminhando pelos verdes campos do Folk, e conta com a presença, do músico inglês Troy Donocley, que firmaria sua parceria com os finlandeses e anos mais tarde, seria efetivado como membro. “Meadows of Heaven” encerra com chave-de-ouro este espetacular registro, também como uma espécie de balada, bem emocional e pura, que começa bem tranquila, descrevendo lembranças de uma infância (provavelmente de, pasmem, Tuomas!), e aos poucos, vai ganhando força, muita força mesmo, tanto no instrumental, como nos vocais, que inclusive, os coros, remetem àqueles corais gospel (tanto é que no encarte, é definido como “The Gospel Choir”). Nada mais a dizer, apenas ouça… Simplesmente isso!!
Ainda em tempo, o trabalho gráfico (desde a capa ao encarte todo), ficou lindo, condizendo com a atmosfera sombria, em tons mais escuros, sendo que cada música, recebeu uma imagem diferente, retratando seu conceito. O álbum teve as partes orquestrais gravadas no lendário estúdio inglês Abbey Road Studios e contaram ainda com mais de 130 músicos convidados da Orquestra Filarmônica de Londres, em colaboração com o The Metro Golden Choir. Para conduzir a orquestra, foi convocado Pip Willians, que havia trabalhado no disco anterior, assim como o faria nos outros discos futuros! Por fim, especula-se que foram gastos aproximadamente 500 mil euros, sendo então o trabalho musical mais caro da história musical da Finlândia!
Formação:
Anette Olzon (vocal);
Tuomas Holopainen (teclados);
Emppu Vuorinen (guitarra e violão);
Marco Hietala (baixo, vocal e violão);
Jukka Nevalainen (bateria)
Faixas:
01 – The Poet and the Pendulum
02 – Bye Bye Beautiful
03 – Amaranth
04 – Cadence of Her Last Breath
05 – Master Passion Greed
06 – Eva
07 – Sahara
08 – Whoever Brings the Night
09 – For the Heart I Once Had
10 – The Islander
11 – Last of the Wilds
12 – 7 Days to the Wolves
13 – Meadows of Heaven