Depois do lançamento de “Battalions of Fear” em 1988, o Blind Guardian lançou no ano seguinte “Follow the Blind”, que é marcado não só pelo fim da fase Speed Metal da banda, como também por conter dois dos maiores clássicos da discografia dos bardos: “Banish from Sanctuary” e “Valhalla”.
Álbum este que abre com a curtíssima introdução “Inquisition”. Em seguida vem a já citada “Banish from Sanctuary”, que traz todo o Speed Metal praticado nos primórdios da banda. A faixa tem um dos refrãos mais viciantes do grupo e ganha muita força nas versões ao vivo. Além disso, “Banish from Sanctuary” conta também com um Thomen Stauch simplesmente destruidor na bateria e belas performances dos guitarristas, principalmente André Olbrich, que detona no solo.
“Damned for All Time” segue na mesma linha da anterior, com Thomen Stauch sendo como um trator nas baquetas e Hansi Kürsch tendo um desempenho seguro no baixo e muita agressividade no vocal. A faixa tem outro refrão impactante, tal como “Banish from Sanctuary”.
Depois de duas músicas intensas, o Blind Guardian traz uma mais cadenciada. “Follow the Blind” não é das minhas favoritas do álbum, mas tem alguns pontos a serem destacados, como o baixo de Hansi Kürsch, que ganha mais notoriedade, e as passagens melódicas dos violões nas partes inicial e final.
A mistura que envolve peso, agressividade e refrãos pegajosos se repete em “Hall of the King”, mas com um baixo com volume aumentado e um dos melhores solos de guitarra do disco. “Fast to Madness” já tem mais variedade rítmica, contrastando peso com trechos mais cadenciados.
“Beyond the Ice” é uma instrumental que destaca bem a habilidade dos integrantes em seus respectivos instrumentos. A faixa abre caminho para o maior clássico já composto pelo Blind Guardian até hoje: a mítica “Valhalla”. A última música autoral do trabalho tem performances irrepreensíveis de todos os integrantes, principalmente André Olbrich, com seus solos virtuosos e a bateria de Thomas Stauch novamente impiedosa. “Valhalla” tem também a primeira participação de Kai Hansen em uma música do Blind Guardian, o que voltaria a acontecer nos dois álbuns seguintes, “Tales from the Twilight World” (1990) e “Somewhere Far Beyond” (1992).
“Follow the Blind” poderia até ter terminado em “Valhalla”, mas a banda resolveu colocar dois covers desnecessários no disco. “Don’t Break the Circle”, do Demon, é interessante pelo andamento, mas o refrão é bem fraco. Já “Barbara Ann”, do The Regents, é bem chatinha e não agrega nada ao álbum. De forma geral, “Follow the Blind” é excelente e mostra uma banda com muito vigor e a caminho de se tornar um dos gigantes do Power Metal.
Formação:
Hansi Kürsch (vocal, baixo);
André Olbrich (guitarra);
Marcus Siepen (guitarra);
Thomen Stauch (bateria).
Convidados:
Kalle Trapp (guitarra – faixa 10);
Mathias Wiesner (teclado);
Kai Hansen (vocal – faixa 8).
Faixas:
01 – Inquisition
02 – Banish from Sanctuary
03 – Damned for All Time
04 – Follow the Blind
05 – Hall of the King
06 – Fast to Madness
07 – Beyond the Ice (instrumental)
08 – Valhalla
09 – Don’t Break the Circle (Demon cover)
10 – Barbara Ann (The Regents cover)