Iron Maiden: os motivos das demissões na banda (Adrian Smith)

Avançamos alguns anos, e Adrian Smith seria o próximo membro a deixar a banda. Mas, desta vez, as razões eram muito diferentes e muito mais complexas do que uma questão de “sexo, drogas e Rock ‘n’ Roll”. Tendo sido parte integrante da ascensão meteórica do Maiden na década de 1980, Smith chegou a um dilema com o amanhecer dos anos 90.

Escritor de clássicos eternos do Maiden como “The Prisoner”, “Flight of Icarus”, “2 Minutes To Midnight”, “Wasted Years”, e “Can I Play With Madness?”, a importância de Adrian Smith para o sucesso do Maiden não pode ser subestimada. Ele floresceu como compositor e guitarrista ao longo da década de 1980, atingindo o auge com os álbuns seminais “Somewhere In Time” (1986) e “Seventh Son of A Seventh Son” (1988).

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Quando a notícia de que ele estava deixando a banda chegou no início de 1990, os fãs ficaram em choque. Neste ponto, a formação tinha estado estável por sete anos. Eles lançaram quatro clássicos álbuns de estúdio, incluindo “Piece of Mind” (1983) e “Powerslave” (1984), bem como o ao vivo “Live After Death” (1985).

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O que aconteceu? O que se soube na época, em jornais e revistas, era que Smith finalmente decidiu seguir seus instintos mais comerciais, aqueles que ganharam uma abordagem em seu álbum solo “Silver and Gold” (1989). Certamente, o criador de algumas das canções mais clássicas do Iron Maiden sentiu a necessidade de deixar o Heavy Metal para trás?

A verdade era muito diferente. Quando o Maiden se reagrupou no início de 1990 para começar a escrever um novo álbum, parece que as pessoas na banda tinham idéias diferentes sobre como proceder, mas não ao longo das linhas que se esperasse. Smith estava muito feliz com a direção dos dois discos anteriores, e ficou consternado ao saber que Harris e Dickinson queriam uma abordagem mais despojada e “back-to-basics” para o novo álbum.

“Eu não queria fazer isso”, disse Smith mais tarde. Nem ele achou que era uma boa ideia conseguir um estúdio de gravação móvel em apenas algumas semanas, quando a intenção original tinha sido escrever juntos por três meses.

Dickinson mais tarde lembrou do episódio com Smith. Ele conta: “não foi demitido, mas ele não desistiu inteiramente de bom grado. Chegou-se a uma grande discussão um dia antes do começo dos trabalhos de composição de ‘No Prayer For The Dying’, e começou com ele sugerindo que talvez devêssemos escrever mais de oito músicas por álbum”. Em resumo, Adrian Smith queria continuar no estilo de “Somewhere In Time” e “Seventh Son of A Seventh Son”, e queria que a banda gastasse mais tempo de composição do que eles costumavam fazer.

Smith nunca ganharia aquela queda de braço, e foi inclinado a deixar o Iron Maiden no início de 1990.

Em retrospectiva, Adrian deixou claro um pouco mais sobre o que o deixou infeliz naquela época. Não só discordou da direção musical do álbum que estava prestes a gravar, mas também teve um problema com as apresentações ao vivo da banda. Ele diz: “Costumávamos tocar as músicas muito rápido. Nós viemos com algumas músicas realmente interessantes na época, mas estávamos apenas meio que sufocando a vida delas apenas para tocá-las muito rápido.

Adrian estava descontente com as apresentações ao vivo do Maiden e teve que enfrentar a realidade de que ele não concordava com a direção deles no estúdio. Fim da linha, em outras palavras.

Esta foi a primeira “saída do Maiden” que levaria a um período de declínio para a banda. Se era devido à saída de Smith ou não, é papo para outros debates.

Muitos fãs certamente sentem que este foi um grande impacto negativo para a banda. Mesmo Steve Harris mais tarde confessou que pensou que “talvez o Maiden perdeu algo quando Adrian saiu”.

Os anos de estabilidade acabaram.

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