
Atividade: 1996-2013
Gênero: Gothic/Doom Metal
No Hidden Treasures de hoje iremos falar de um dos grandes tesouros da Noruega, de uma banda que certamente só quem viveu o final dos anos 90 e início dos anos 2000 deve se recordar. Falamos hoje do The Sins of Thy Beloved.
Em 1996, Glenn Morten Nordbø (guitarra/vocal gutural), Arild Christensen (guitarra) e Stig Johansen (bateria), se uniram e formaram o Purgatory, nome que não perdurou por muito tempo, já que pouco depois resolveram adotar a alcunha de The Sins of Thy Beloved. Ainda em 1996, Anita Auglend (vocal) e Ola Aarrestad (baixo) se uniram a formação, e assim o ano encerrou. Já em 1997, Anders Thue e Ingfrid Stensland, ambos tecladistas/pianistas se uniram ao grupo, e com essa configuração partiram para a gravação de sua primeira demo. Depois é a vez do EP All Alone, naquele mesmo ano. Vale dizer que o violinista Pete Johansen participava das gravações da banda, mas sem se unir ao grupo de forma oficial.
Mas o passo mais esperado se deu em 1998. Em 8 de agosto saiu o debut da banda, intitulado “Lake of Sorrow” (Napalm Records). Musicalmente, até pelo período e por contar com aquela configuração de vocal feminino soprano, vocal masculino urrado, o The Sins of Thy Beloved foi colocado na mesma prateleira de bandas de Gothic Metal como Theatre of Tragedy, Tristania e Trail of Tears, que vinham surgindo com muita força. Obviamente que a semelhança estava lá, afinal estamos falando de bandas que mesclavam elementos de Death e Doom, unindo isso aos vocais “bela e fera”, mas eles possuíam duas características que a meu ver, os colocavam em um patamar diferenciado. Em primeiro lugar, sua música era mais pesada que a concorrência, principalmente ao vivo (beiravam o Death Metal), e em segundo, os solos não eram feitos por uma guitarra, mas sim pelo violino. Isso indiscutivelmente tornava sua sonoridade algo marcante. “Lake of Sorrow”, além de ser o debut da banda, marcou a entrada oficial de Pete Johansen na formação, que agora se tornava um octeto.
Após sair em turnê por toda a Europa para divulgar seu álbum de estreia, a banda entrou em estúdio novamente, entre setembro e outubro de 1999, para gravar o sucessor de “Lake of Sorrow”. O resultado veio a luz em 20 de junho de 2000, e se chamava “Perpetual Desolation” (Napalm Records). Reforçando ainda mais as características marcantes observadas no debut, temos aqui um doa melhores trabalhos de Gothic/Doom do período. Com o sucesso, uma turnê maior se segue, e o que poderia e deveria ser o início da consagração da banda, marcou o início de seu fim. Em 2001, cansados do ritmo da turnê, Anita Auglend, Anders Thue e Ingfrid Stensland resolvem sair, fazendo com que assim a banda entrasse em um hiato. Um DVD e um CD ao vivo chegaram a ser lançados, mas nada mais se falava da banda.
Em 2007 boatos de que Anita Auglend teria retornado chegaram a se espalhar, mas nada foi efetivamente confirmado. Rumores de uma reunião da banda continuavam a ocorrer, até que em 2013 o violinista Pete Johansen jogou a pá de cal que faltava na esperança dos fãs, informando que a banda estava dissolvida.
Nesse mesmo ano, Anders e Stig se uniram a vocalista do Midnattsol, Carmen Elise Espenæs (irmã de Liv Kristine, do Theathre of Tragedy) para formar o Savn, banda da qual se retiraram em 2016 O primeiro se mantém afastado da música no momento, enquanto o segundo formou o Mørke, ao lado de sua esposa. Já o guitarrista Arild Christensen se encontra desde 2016 na banda de Metal Sinfônico Rainarea. Já Pete Johansen teve passagens pelo Tristania e o Sirenia, e no momento está no Art of Departure, projeto solo do baterista do Tristania, Tarald Lie.
Só nos resta torcer para que no meio de tantas bandas do período que retornaram nos últimos anos, que o mesmo possa vir a ocorrer com o The Sins of Thy Beloved. Os fãs agradecem!