Roadie Metal Cronologia: Riot – The Brethren of the Long House (1995)

A veterana banda de hard rock Riot estava num ótimo momento nos anos 90. Havia apenas dois anos do lançamento de “Nightbreaker” e novamente a trupe liderada pelo guitarrista Mark Reale voltou aos estúdio para produzir seu nono álbum “The Brethren of the Long House”. Desta feita trabalhou-se na ideia de uma homenagem à cultura dos índios americanos. O álbum foi lançado originalmente no Japão, em 11 de novembro de 1995, porém ainda teve mais duas datas. No ano seguinte, o lançamento foi na Alemanha, mas nos EUA, país de origem da banda, este só foi lançado em 1999.

As gravações, sob a batuta do próprio Reale na produção junto a Steve Loeb e Rod Hui, foram realizadas entre os meses de janeiro e junho de 1995, em Nova York, trazendo 13 faixas, sendo a abertura e o encerramento um cover de Trevor Jones utilizando a canção “Elk Hunt”, tema do filme The Last of the Mohicans (O Último dos Moicanos), de 1992, bem como outro cover de Gary Moore. A base musical do trabalho está sempre calcada no hard rock e no heavy metal, característicos do grupo, porém traz algumas pitadas de speed metal, blues e até música caribenha, como vamos destacar mais à frente. A arte da capa foi criada pelo renomado baterista John Macaluso, que tocar na maior parte do trabalho, dividindo os créditos com Bobby Jarzombek.

O álbum inicia com um cover de abertura da música tema do filme O último dos moicanos “Elk Hunt”, de Trevor Jones. Logo em seguida vem a faixa “Glory Calling” com suas guitarras gritando forte. O andamento speed metal a deixa como boa faixa inicial. “Rolling Thunder” é uma faixa bem pesada, mais característica da banda, rápida com nuances que transitam entre o speed, o hard e o metal clássico, com ótimo trabalho de guitarras. “Rain” é a primeira das 3 baladas, sendo na minha opinião a mais bela. Os vocais são um pouco mais encorpados, com um belo trabalho de guitarras, uma canção intensa e emocional.

Após o breve descanso sonoro, enquanto ainda digerimos o que se acabou de ouvir, entra “Wounded Heart (The Betrayal of King Philip), um belo hard n’heavy com guitarras nervosas, cozinha intensa, vozes e backings sobrepostos, refrão pegajoso, solos, etc. Uma grande faixa. Na mesma linha chega a faixa-título “The Brethren of the Long House”. O destaque aqui passa a ser o baixo, trazendo a ela um groove especial, com ´[otimo trabalho instrumental e vocal. “Out of the Fields” é um cover do grande mestre Gary Moore, executada de forma perfeita. E então, para se recuperar um pouco do fôlego entra “Santa Maria”, a segunda balada com um belo acompanhamento de teclados e vocais grandiosos. O instrumental da canção tem uma levada caribenha muito gostosa e emotiva, dando a ela um charme a mais.

E lá estamos nós de novo a saculejar, desta vez com a maravilhosa “Blood of the English”, que inicia com um cantar de pássaros e um canto indígena, porém sendo interrompidos por um estampido de espingarda, que anuncia uma canção forte com levada bluesy, à la Whitesnake. Só por este detalhe, já merece uma nota 10, uma das melhores do play. “Ghost Dance” é uma música mais hard, mas sem tanta intensidade. Baixo e guitarra realizam um bom dueto. Ainda temos aqui dobras vocais e um solo de guitarra bem acelerado e um riff intermediário bem interessante. A terceira balada chama-se “Shenandoah”, uma canção folclórica tradicional americana, que aqui é interpretada lindamente, no estilo gospel, ao acompanhamento de teclados e guitarra, conferindo a ela um toque especial.

Ao nos aproximarmos do final da audição, temos outra grande canção, que até poderia ser a faixa de encerramento. “Holy Land” é um hardão pra não se botar defeito. Traz um trabalho de riff clássico, vocais grandiosos, com dobras e refrão intenso e um solo cheio de energia. Palmas pra ela. A faixa final é uma reprise de “Elk Hunt”, porém bem mais longa e sem efeitos e samples, conferindo ao play um final dignamente épico. A versão amwericana ainda traz a faixa bônus “Sailor”, que é uma semi-balada com levada hard, executada com sentimentalismo e traz um belo solo.

O que podemos dizer sobre este trabalho? Em termos de produção, impecável, com todos os instrumentos sendo gravados de forma sólida, perfeitamente audíveis. Sobre a execução dos trabalhos instrumentais não conseguimos estabelecer um destaque, tamanha a competência dos músicos envolvidos. Quanto aos vocais, não há exageros, tudo sendo muito bem executado e gravado. Desta forma o álbum tem uma grande coesão sonora, feito para ser apreciado de ponta a ponta. Então, minha sugestão é, ouça quantas vezes quiser e delicie-se com um trabalho extremamente digno dos grandes artistas do gênero. ‘Os Irmãos da Casa Grande” merecem nossos estrondosos aplausos.

Riot – The Brethren of the Long House
Data de Lançamento: 11 de novembro de 1995
Gravadora: Sony Music


Tracklist
01. The Last of the Mohicans – Elk Hunt (intro) (Trevor Jones cover) (01:41)
02. Glory Calling (05:11)
03. Rolling Thunder (03:56)
04. Rain (04:58)
05. Wounded Heart (The Betrayal of King Philip) (03:56)
06. The Brethren of the Long House (05:24)
07. Out in the Fields (Gary Moore cover) (04:03)
08. Santa Maria (03:50)
09. Blood of the English (05:49)
10. Ghost Dance (05:35)
11. Shenandoah (Tradicional) ( 03:57)
12. Holy Land (04:47)
13. The Last of the Mohicans – Elk Hunt (Reprise) (Trevor Jones cover) (06:26)
14. Sailor (Bonus Track) (06:16)

Formação:
Mike DiMeo (vocal líder, vocal de apoio, teclados)
Mark Reale (guitarra, backings)
Mike Flyntz (guitarra)
Pete Perez (baixo)
John Macaluso (bateria nas faixas 2, 3, 5-11)
Bobby Jarzombek (bateria nas faixas 1, 4, 12-14)

Músicos adicionais:
Steve Loeb (teclados, cordas, backings, orquestração, produção)
Kevin Dunne, Phil Mangalanous e Steve Briody (cordas e orquestração)
David L. Spier (trompete)

Produção:
Mark reale (produtor)
John Macaluso (arte da capa)
Rod Hui (engenheiro, mixador, produtor)
Danny Mardosky, Phil Painson e Joshua Wertheimer (engenheiros)
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