Oficialmente, o Led Zeppelin anunciou seu fim no dia 4 de dezembro de 1980, quando emitiram uma declaração pública confirmando o que já era esperado. Até porque a banda realmente acabou pouco mais de dois meses antes, mais precisamente no dia 24 de setembro, data em que o mundo do Rock perdeu um dos maiores (para mim o maior) baterista de sua história: John “Bonzo” Bonham. O legista declarou como “morte acidental”, chegando à conclusão que Bonham faleceu enquanto dormia, asfixiado no próprio vômito, após consumo excessivo de álcool.
Mas, dois anos depois, surge no mercado o derradeiro álbum da banda, “Coda”, um disco póstumo, contendo sobras registradas entre 1970 e 1978. A bem da verdade, a gravadora Atlantic Records começou a pressionar Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones, dizendo que o Led Zeppelin tinha a obrigação – devidamente firmada em contrato – de entregar o último disco. O resultado é um trabalho com algumas músicas retiradas de registros ao vivo e outras que não haviam entrado nos lançamentos anteriores.
Coube a Page, já que era o produtor, organizar e editar as músicas que estariam presentes. Muita coisa que não havia sido aproveitada nos primeiros discos do Led foram parar no estupendo “Physical Graffitti”, mesmo assim, Jimmy conseguiu reunir canções suficientes para fechar álbum.
Lançado em 19 de novembro de 1982, “Coda” tem momentos muito bons. Vale destacar a paulada de abertura, “We’re Gonna Groove”, gravada ao vivo e com o som da platéia retirado na edição, a música conta com um trabalho primoroso de John Paul Jones; “Poor Tom”, uma faixa acústica que poderia integrar com facilidade o álbum “Led Zeppelin III”; a poderosa “Water’s Walk”, que possui um excelente riff de guitarra; além de “Wearing and Tearing”, que foi cortada das sessões de “In Through the out Door” e encerra “Coda” com muito peso. Roqueiríssima.
https://www.youtube.com/watch?v=BJtkeoznKl4
Uma homenagem para John Bonham também foi incluída em “Coda”:“Bonzo’s Moutreux”. A faixa nada mais é que um solo de bateria muito bem executado, é claro, bom Bonham. Falar que o trabalho do baterista se destaca em um disco do Zeppelin não é tarefa difícil. Não é à toa que vira e mexe Bonzo encabeça, mesmo depois de passados mais de 34 anos de sua morte, inúmeras listas de “Melhores bateristas de todos os tempos”.
As vendas de “Coda” foram ‘modestas’, tendo em vista os números de discos vendidos pelo Led até então, mas, de qualquer forma, é um trabalho que, mesmo despretensioso e claramente lançado apenas para cumprir cláusulas contratuais, merece atenção e respeito, pois marca o ‘encerramento’ de uma das maiores bandas surgidas na longa e profícua história da música. Ao final dessa cronologia, que mostrou uma discografia quase que irretocável, nos resta agradecer. Obrigado Jimmy Page, Robert Plant, John Bonham e John Paul Jones.
Formação:
Robert Plant (vocal);
Jimmy Page (guitarra);
John Paul Jones (baixo);
John Bonhan (bateria).
Faixas:
01 – We’re Gonna Groove
02 – Poor Tom
03 – I Can’t Quit You Baby
04 – Walter’s Walk
05 – Ozone Baby
06 – Darlene
07 – Bonzo’s Montreux
08 – Wearing And Tearing
