Roadie Metal Cronologia: Metallica – Death Magnetic (2008)

Em 12 de setembro de 2008, o Metallica finalmente lança o álbum “Death Magnetic”, após cinco anos de espera, depois de ter lançado o criticado – com muita razão – “St. Anger” (2003). O álbum vinha com uma expectativa muito alta por parte dos fãs e da mídia, pois desde o início de seu planejamento, mesmo antes do início das gravações, era tido como a volta às raízes, chamado até exageradamente do novo “Master of Puppets” (1986).

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O álbum começou a ser planejado em meados de 2005, ao fim da turnê “Madly In Anger With The World Tour”, que serviu pra divulgar o “St. Anger”. Logo em 2006, a banda apresentou em seus shows duas músicas inacabadas, que mais tarde viriam a ter parte delas no novo álbum, eram chamadas “The New Song” e “The Other New Song”.

Em 2007, a banda entrou de vez no estúdio para a gravação do álbum. Não sem antes dar uma pausa para mais alguns shows, dessa vez, sem músicas novas.

No ano seguinte, 2008, a banda entrou mais uma vez em turnê, e dessa vez apresentaram uma das músicas do novo trabalho. Tratava-se de “Cyanide”, que foi tocada durante o Ozzfest em 9 de agosto daquele ano, o que com certeza aumentou a expectativa.

Pouco tempo depois, para ser mais exato, no dia 21 de agosto, a banda lança “The Day That Never Comes”, como primeiro single oficial do “Death Magnetic” e toca a mesma no dia seguinte, no Leeds Festival.

O álbum acabou vazando na web uma semana antes do lançamento, mas mesmo assim conseguiu uma ótima vendagem em seu lançamento oficial, estreando, inclusive, na posição número um na Billboard.

O álbum tem início com “That Was Just Your Life”, que começa com batidas de um coração, o que pode indicar que a banda acordou de um coma, depois de tantos problemas passados. É uma faixa longa, uma verdadeira porrada que passa dos sete minutos, algo padrão no álbum. Grande destaque para a bateria. Lars parece ter voltado a ter vontade de trabalhar. O que incomoda um pouco é a estrutura da música, que parece ser toda “picada” no estúdio, mas em geral foi uma boa abertura.

“The End of The Line” mantém a porrada. Com um riff muito legal que dita o ritmo, James Hetfield canta com muita raiva nos versos e refrão. Há uma passagem mais cadenciada após o ótimo solo, e logo a porrada é retomada. Grande destaque para o baixo de Rob Trujillo, que pela primeira vez participa de um álbum no Metallica. Uma das melhores faixas do álbum, que forma uma dobradinha perfeita com a primeira faixa.

A próxima faixa se chama “Broken, Beat & Scarred”, que é um pouco mais lenta que as anteriores, mas mantém o peso absurdo. Foi uma das mais executadas nos shows de divulgação do álbum, pois tinha um refrão que levantava o público. Um vídeo da banda tocando a faixa nos shows foi usado para um videoclipe.

O single “The Day That Never Comes” dá uma quebrada no ritmo. Sua estrutura se assemelha muito a alguns clássicos como “One”, “Fade To Black” e “Welcome Home (Sanitarium)”. Ele inicia lento, com as guitarras e vocais limpos, acelerando após o segundo refrão, com um solo espetacular. Uma boa escolha para a divulgação do álbum. São quase oito minutos de uma ótima performance da banda.

A rápida, pesada e progressiva “All Nightmare Long” é genial. Aqui a banda usa a afinação “Drop D” pela primeira vez em suas músicas, o que dá um tom diferente para a faixa. O baixo abre a faixa com um ar de mistério, mas logo as palhetadas rápidas ditam o ritmo e Lars dá um show nos pedais duplos. Foi também um dos singles.

A faixa chamada “Cyanide” parece ser uma das favoritas dos integrantes. Foi a primeira a ser tocada ao vivo e até hoje aparece no setlist dos shows. Não sei se por conta de acompanhar os shows da banda desde aquela época em seus bootlegs oficiais, acabou que a faixa se tornou insuportável, de tantas vezes ouvida. Porém, me lembro que na primeira vez que a ouvi achei sensacional.

Uma surpresa na lista de faixas do álbum foi a presença de “The Unforgiven III”, já que as suas antecessoras são de ótima qualidade, criou-se uma expectativa quanto a essa. Um piano inicia a música, que tem um tom bem melódico e sombrio. Além disso, contém um dos melhores solos de Hammet e a letra também é um destaque. É uma ótima música, mas não uma ótima “The Unforgiven”. Sem mais.

“The Judas Kiss” volta ao ritmo das primeiras faixas, com bastante peso e riffs matadores formam a música, junto a uma ótima letra cantada por Hetfield. Essa é uma das favoritas dos fãs, mas é uma pena que tenha sido tocada tão pouco nos shows.

https://www.youtube.com/watch?v=T65h9IoLYTo

Já que era uma volta às raízes da banda, não poderia faltar uma instrumental. “Suicide & Redemption” é o nome dela. Não chega aos pés das clássicas “Orion” ou “The Call of Ktulu”, muito menos de “To Live Is To Die”, mas consegue agradar. Contém ótimos solos e um ótimo trabalho do baixo.

Para fechar o álbum, temos uma faixa rápida encerrando. “My Apocalypse” é a que mais lembra os primeiros trabalhos da banda no “Kill ‘Em All”. Mais curta e acelerada, tem um ótimo refrão e Hetfield cantando com vontade, com a voz rasgada atacando os microfones. Ao seu final os pedais duplos se destacam bastante, uma ótima pedrada pra fechar o álbum.

Uma curiosidade é que a banda ainda tinha composto mais quatro faixas nas gravações do álbum, sendo elas “Hate Train”, “Just A Bullet Away”, “Hell and Back” e “Rebel of Babylon”, que alguns anos depois, em 2011, formaram o EP “Beyond Magnetic”, lançado para comemorar os 30 anos da banda.

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Outro fato é que a “World Magnetic Tour” foi uma das mais lucrativas da banda, durando quase três anos e passando pelo mundo inteiro, gerando três DVDs oficiais.

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“Death Magnetic” foi sim uma volta às origens, mas apenas parcialmente. Não enxergo esse álbum como um disco de Thrash Metal, mas sim de Heavy Metal com elementos Thrash. A mixagem pecou em deixar todos os instrumentos no máximo de volume, o que acabou atrapalhando a audição. Fora isso, contém algumas faixas que empolgam, outras cansativas por conta da duração e repetição, mas, em geral, me agrada ouvi-lo de vez em quando. Não é o prometido “novo Master of Puppets”, mas valeu muito a pena.

Formação:
James Hetfield (vocal/guitarras);
Lars Ulrich (Bateria);
Kirk Hammet (guitarras);
Rob Trujillo (Baixo).

Faixas:
01 – That Was Just Your Life
02 – The End of The Line
03 – Broken, Beat & Scarred
04 – The Day That Never Comes
05 – All Nightmare Long
06 – Cyanide
07 – The Unforgiven III
08 – The Judas Kiss
09 – Suicide & Redemption
10 – My Apocalypse

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