Com a sequência “Kill ‘Em All” (1983), “Ride The Lightning” (1984), “Master of Puppets” (1986), “…And Justice For All” (1988) e “Metallica” (1991), o Metallica definitivamente subiu ao topo do mundo através de uma musicalidade que, se não foi constante e homogênea, certamente foi característica e bastante bem-sucedida. A expectativa de ver Heavy/Thrash Metal em sua sonoridade, ainda que aberta a diferentes influências (como prazerosamente é possível ver no homônimo – ou “Black Album” – de 1991), tornou-se intrínseca em relação a qualquer coisa vinda do Metallica.

No entanto, em 1996, o susto: “Load”. Com cabelos curtos, fotos “playboy” – algumas até escandalosas de suposto homossexualismo entre Lars Ulrich (bateria) e Kirk Hammett (guitarra) – e uma sonoridade mais Alternativa/Hard e ainda mais enviesada ao comercial do que o “Black Album” já havia sido (e no caso deste disco, ao contrário do que muitos dizem, foi, ao meu ver, algo positivíssimo – afinal, enviesamento comercial não significa musicalidade ruim), o quarteto estadunidense provocou uma decepção generalizada nos fãs, contrariando todas as expectativas.

Metallica

Para o desgosto de muitos, “Load” foi apenas a primeira parte de uma seleção de músicas ainda maior. As restantes vieram a ser lançadas no ano seguinte, em 1997, sob o título “Reload”, primeiramente através da Elektra Records. A diferença em relação às anteriores? Pouca. Se você procura Thrash Metal ou Heavy Metal… melhor ouvir os discos mais antigos. O que é executado aqui é justamente um Hard Rock genérico intensamente fundido ao Grunge, na tentativa de se adaptar à tendência comercial noventista na música pesada. Além disso, se havia reclamações sobre o compasso cadenciado da musicalidade em “Black Album”, a pegada é a mesma aqui, embora inserida em um estilo diferente. Muita cadência, ritmo de balanço, pegada seca, alguns solos sem grandes inspirações, vocal de James Hetfield em zona de conforto, embora use drives frequentemente…

Os riffs são pesados, mas suas combinações não geram músicas cativantes, nem as estruturas composicionais ou as próprias linhas vocais das fórmulas. São setenta e seis minutos que não chegam a desagradar se forem ouvidos já tendo em mente a proposta musical deslocada do disco, mas também estão longe de serem bons pra caramba, e para por aí.

De destaque mesmo, basicamente, só dá pra dizer a faixa de abertura, “Fuel”, que, com muita justiça, faz-se presente nos shows da banda ainda nos dias de hoje, e “The Unforgiven II”. Esta, embora não chegue aos pés daquela primeira versão, presente no “álbum negro”, ainda tem sua dose de qualidade. As demais faixas ficam para satisfação de curiosidade e conhecimento, pois proveitosas mesmo, bem… não são. Amarga época para fãs do Metallica.

Formação:
James Hetfield (vocal e guitarra);
Kirk Hammett (guitarra);
Jason Newsted (baixo);
Lars Ulrich (bateria).

Faixas:
01 – Fuel
02 – The Memory Remains
03 – Devil’s Dance
04 – The Unforgiven II
05 – Better Than You
06 – Slither
07 – Carpe Diem Baby
08 – Bad Seed
09 – Where The Wild Things Are
10 – Prince Charming
11 – Low Man’s Lyric
12 – Attitude
13 – Fixxxer