Roadie Metal Cronologia: Rush – Moving Pictures (1981)

Todo artista sonha com sua obra-prima, ou seja, lançar aquele trabalho que o diferencie de tudo já proposto no conceito em qual o artista se aplica, e, principalmente, com muita qualidade. No caso do Rush, após anos à frente de lançamentos geniais desde o primeiro álbum, o trio canadense, em 1981, pôde finamente apresentar sua verdadeira obra-prima: o excelente e multipremiado “Moving Pictures”.

A banda mergulha ainda mais na linha Progressiva, não deixando de lado a intenção de soar mais comercial, fazendo com que, dessa forma, conquiste uma visibilidade e aceitação ainda maiores do público em geral. Além dessas linhas comerciais, é perceptível a manutenção dos sintetizadores que, desde o álbum anterior, “Permanent Waves”, são incluídos cada vez com mais força pelo grupo.

Além de ser o álbum mais vendido da história do grupo, “Moving Pictures” possui a música que é considerada a mais famosa do grupo: “Tom Sawyer”, que além de se tornar um grande sucesso do grupo, teve a seu favor o fato da música ser a trilha sonora do famoso seriado dos anos 80 Mcgyver! Fora isso, vale ressaltar a genialidade do grupo, que consegue equilibrar o Progressivo com uma estrutura mais comercial e utilizar os sintetizadores de forma que nada soe enjoativo ou demasiadamente cansativo.

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“Red Barchetta” é composta por Neil Peart, que mais uma vez apresenta em suas letras a influência da literatura em sua criação. Inspirado no conto “A Nice Morning Drive”de Richard Foster, o músico fez algumas adaptações e a nomeou com o nome de uma das suas maiores paixões, a Ferrari 166, conhecida como Barchetta.

A sequência é uma fabulosa aula instrumental que o grupo se propõem a brindar o ouvinte. “YYZ”, com linhas precisas e coesão em todo o andamento da música, um fato curioso. Fato curioso é que o nome dela faz referência ao código do aeroporto de Toronto e o riff reproduz as letras YYZ em código Morse.

Outra grandiosa música é mais uma composição de Neil Peart; “Limelight” é uma introspecção do músico sobre ser o centro das atenções. Nessa música, percebemos com facilidade os instrumentos ganhando vida e conduzindo a música a níveis de qualidade que para a época era algo para poucos, e o Rush ia se tornando cada vez mais rapidamente uma das maiores referências do estilo.

Com mais 11 minutos, “The Camera Eye” possui camadas de criação, com um início onde os teclados e sintetizadores se mostram como a base da intro, e aos poucos a música vai se moldando e criando outras atmosferas de pura técnica e qualidade. O que dizer do andamento livre da bateria de Neil Peart por vários momentos da música? Simplesmente foda!

“Witch Hunt” é mais sombria, e de imediato nos remete a um filme de suspense. Trata-se de uma música pouco mencionada nessa obra, mas que na minha opinião é uma das mais geniais criadas pelo grupo. Os vocais de Geddy Lee, soltos em notas abertas logo na introdução, criam aquele clima de que algo vai acontecer – isso sem mencionar as variações de Neil Peart durante a intro e sobre a voz de Lee. Confesso que essa faixa é absurdamente profunda e reflexiva.

A música que pode dividir opiniões nesse álbum é a de encerramento, chamada “Vital Signs”. É mais Hard e com abuso excessivo de sintetizadores, deixando ela meio deslocada no conjunto da obra. Mas que fique claro que é apenas a opinião do escritor, e claro que, para o leitor, ela pode ser uma das principais.

O grande diferencial desse álbum é a soma de elementos para uma criação perfeita. Como tornado claro no início, aqui o Rush apresenta seu ápice. Considere o fato de a banda unir, em um único álbum, acessibilidade, complexidade, letras inteligentes e elementos novos ao som. Esse é o resultado.

Formação:
Geddy Lee (vocal/baixo);
Alex Lifeson (guitarra);
Neil Peart (bateria).

Faixas:
01 – Tom Sawyer
02 – Red Barchetta
03 – YYZ
04 – Limelight
05 – The Camera Eye
06 – Witch Hunt (Part III of Fear)
07 – Vital Signs

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