Dando sequência ao Roadie Metal Cronologia, com o álbum “Satanica“, o quarto álbum de estúdio de uma das bandas mais importantes do Black Metal atualmente, Behemoth!
Há quem diga que “Satanica” foi um dos primeiros álbuns a unirem o death e o black metal, hoje conhecido como Blackened Death Metal, e que esse foi o responsável por alavancar a banda em direção ao prestígio e credibilidade que ela tem hoje!
A maioria dos álbuns de black metal já contém por si só conotação satânica/diabólica, e o que poderíamos esperar de um álbum cujo nome é “Satanica“? Exatamente.
O álbum abre com a singela faixa “Decade Of Therion”, com uma letra forte e que parece lutar contra os próprios ideias propostos, onde os vocais marcantes de Nergal berram em alto e bom som “Afastem-se espíritos malígnos!” durante todo o refrão.
Ela é seguida por “LAM“, faixa que desde o início deixa clara a influência do death metal, com uma letra complexa da qual eu juro que tentei entender, mas a música é extremamente técnica e espanta com riffs de guitarra em um ritmo diferente do da bateria, o que deixou com um ar moderno, visto que o álbum foi lançado em 1999 e isso não era comum no black metal na época.
“Ceremony Of Shiva“, têm no refrão um tipo de vocal de fundo, bem singelo, mas dá um fundo exótico para a música, e instrumentalmente falando…a música não se arrisca muito. Diferente em “Of Sephirotic Transformation And Carnality“, com riffs de guitarra mais criativos e tecnicamente mais bem planejada, com partes “levemente” menos rápidas, não me atreveria a usar a palavra devagar para descrever nenhuma composição do Behemoth nesse álbum!
A faixa “Starspawn” não aparece em alguns registros da banda, pelo fato de o álbum ter sido relançado e em uma das versões, essa música não aparece. Mas ela é mais death do que black metal na maior parte do tempo, quase como uma música de death metal, apenas com vocais de black. No último minuto, a música fica insana, atingindo uma velocidade inacreditável.
“The Sermon Of The Hypocrites” também abusa dos tempos variados, e liricamente lembra muito a primeira faixa do álbum. “The Alchemist’s Dream” tem uns riffs também criativos, e têm passagens apenas instrumentais totalmente desligadas do restante da música, e parece que simplesmente apenas tentaram encaixar uma música na outra.
“Chant For EZXHATON 2000” é a última do álbum e fechou bem ele, com um Nergal mais insano e com urros penetrantes na alma, intercalando brevemente com vocais limpos.
Minha conclusão do álbum é a de que ele realmente trouxe possibilidades novas para o black metal na época, e deixou clara a capacidade técnica e criativa da banda por meio de efeitos com sintetizadores, variações de vocais e riffs diferenciados.