Roadie Metal Na Fronteira do Desconhecido #33: Crust-Punk

Hoje teremos mais uma edição do quadro “Roadie Metal na Fronteira do Desconhecido”, que tem o intuito de trazer mais informações sobre os mais diferentes subgêneros existentes, de forma a tirar dúvidas sobre estilos pouco conhecidos, acabar com informações enganosas sobre outros, ou simplesmente indicar algumas bandas para quem quiser se aventurar em gêneros novos. O quadro vai ao ar toda quarta-feira!

No post de hoje, apresentaremos o Crust-Punk!

O Crust-Punk é um estilo que vaga entre o punk e o grindcore, com pitadas de hard core, e consegue ser mais underground e seletivo do que as próprias bandas do underground.

História

Basicamente, a origem do estilo se deu da mistura entre o anarco-punk com o post-punk.

O nome “Crust” surgiu a partir de uma demo do Hellbastard, chamada “Ripper Crust”, e o estilo nasceu em 1978 na Inglaterra. A primeira banda no estilo foi a “The Band With No Name”, que mais tarde se tornaria Amebix! Eles lançaram entre 1978 até 87, três EPs e dois álbuns de estúdio.
Em uma época em que bandas de punk estavam no mainstream, como Sex Pistols, Ramones, a Amebix se manteve no underground e nunca realmente assinou com grandes gravadoras, muito pelo contrário… Os integrantes da banda moravam em squats (moradias compartilhadas por pessoas alternativas, bem comum em Londres) e comiam sobras de comida do lixo.

Musicalmente falando, o estilo busca o extremismo do grindcore, com a técnica do punk e metal. As letras tomam como base os males da sociedade, como pobreza, guerras nucleares, violência policial, racismo, direitos dos animais, e o estilo se mantém como anti-militarista, anti-fascista e anti-rascista. Talvez seja a vertente mais extrema do punk!

O crust te faz questionar todos os seus hábitos, desde os alimentares, higiênicos, políticos, sociais e religiosos. Pois prezam por consumo consciente, sempre optando por produtos que não tenham tido nenhum tipo de experimento em animais para serem produzidos.

Como o crust sempre foi tido como um dos estilos mais obscuros do underground, e de difícil aceitação, as bandas do estilo sempre tinham que optar pelo processo de DIY (faça você mesmo), onde eles gravavam, produziam, distribuíam e divulgavam sozinhos os seus próprios materiais.

Outra banda a ser citada é a Antisect, também da Inglaterra, lançaram seu primeiro álbum em 1983, “In Darkness There is No Choice“, mas foi dois anos depois com o lançamento do EP “Out From The Void” que eles se consolidaram no crust, quando começaram a mesclar o punk rock raiz com elementos do metal. As letras tratam sobre justiça e igualdade social, e pelos direitos dos animais.
A banda foi uma das percursoras e incentivadoras do movimento de ocupação em Londres, onde surgiram os “squats” citados no começo da matéria.

Cenário Brasileiro

No Brasil, o cenário feminino no Crust existe, e é bem forte. Bandas como Manger Cadavre?, RÄIVÄ, Rastilho e Nuclëar Fröst, entre muitas outras, compõem a cena underground.
A Nuclëar Fröst foi formada em 2006, e é uma das mais potentes da cena, tendo além de vários materiais lançados, um bom currículo com turnês pelo Brasil e pela Europa.

Outra super potência na cena, é a Manger Cadavre?, formada em 2011 no Vale do Paraíba (SP), mescla o hardcore com o crust, e “finaliza” com letras sobre resistência e antifa.

E uma das pioneiras da cena crust aqui no Brasil, é a Excomungados, formada em 1982, e por mais que a banda se denomine apenas punk, teve sua importância e influência no estilo também.

Características

O instrumental do Crust-Punk é bem confundido com o grindcore, pelos riffs extremamente rápidos, baterias em d-beats e vocais berrados. Mas diferente do grind, o crust possui alguns elementos tribais ou futuristas, mas sempre visualmente muito agressivo.

Discografia Indicada

Amebix – Arise
Antisect – In Darkness There is No Choice
Antisect – Out From The Void

RÄIVÄ – Não Precisamos Da Sua Aprovação
Nuclëar Fröst – Winter Bombs 83
Manger Cadavre? – AntiAutoAjud
a
Excomungados – Pela Ultima Vez no Inferno

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