Em 1992, após os shows do Black Sabbath em Costa Mesa, durante a falsa turnê de aposentadoria de Ozzy Osbourne começaram os trâmites para um reunião do Madman com Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. Por desistência dos Osbournes, tal reunião não aconteceu.
O que estava realmente acontecendo nos bastidores, de acordo com todos os envolvidos – além de protestos sobre a “aposentadoria” de Ozzy -, eram planos para um reencontro em larga escala de Osbourne/Iommi/Butler/Ward. No entanto, era para uma turnê, e não um novo álbum, como Butler disse: “Nós nunca iríamos fazer um álbum porque as gravadores com quem tínhamos contratos não permitiriam. A turnê era definitiva – passamos seis meses assinando contratos. Em junho passado, nós assinamos os acordos e no dia seguinte Ozzy recuou via fax. Nos já passamos por isso antes em 1985, quando Ozzy disse estava brincando depois que conversamos quando fizemos juntos o Live Aid”.
Iommi, em particular, disse em várias entrevistas na época que os contratos foram feitos e trocados entre os managers dos campos rivais (Sharon do lado de Ozzy e a equipe de seu pai Don Arden do lado do Sabbath), mas o passo final – uma assinatura de Ozzy – não se materializou. Como ele disse: “Na época, sinto que Ozzy decepcionou muitas pessoas. Foi Ozzy que colocou a ideia na cabeça de todos para fazer isso. E a coisa se arrastou por oito meses de negociações, entre produtores, advogados e todos envolvidos. Assinamos nossos contratos, Bill Ward, Geezer e eu, e foi Ozzy que pulou fora no final. Foi ele que decepcionou todo mundo, e não outras pessoas… A coisa mais fácil de fazer, você pensaria, seria subir no palco e simplesmente tocar. Mas existe um monte de porcaria envolvida e isso realmente atrapalha. Faz com que não aconteça nada. Existe muita inveja nesse ramo. Infelizmente, foi isso que aconteceu entre Ozzy, Geezer, Bill e eu. Há muita coisa ruim, coisas jogadas a torto e direito. Não há necessidade para isso. Na idade em que estamos agora, você não deveria tentar passar por cima dos outros. É ridículo”.
Ele acrescentou: “Na minha opinião, quero apenas seguir com minha própria vida, em vez de andar para trás o tempo todo. É legal fazer esses reencontros e coisas do gênero, mas de alguma forma é um passo para trás. Nem sempre funciona. Pode até dar certo no papel. Mas, quando você começa a tocar, o time não joga do mesmo jeito”.
A principal vítima foi Bill, para quem a presença de Ozzy era muito crucial psicologicamente falando e que havia cancelado outros compromissos para se preparar para a suposta turnê de Ozzy. Como Iommi disse, “custou muito esforço. O mais decepcionante foi que eu senti muita pena de Bill Ward, ele realmente parou tudo. Ele estava fazendo um projeto e o colocou na gaveta, esperou meses, achando que tudo ia dar certo. E isso foi muito triste porque Bill não merecia esse tipo de tratamento”
Fonte: Peregrinos da Sabbacracia
