Roadie Metal Cronologia: Saxon – Battering Ram (2015)

Existem bandas que nem mesmo a idade ou o tempo de carreira conseguem esmaecer sua paixão e força musical, bandas que assim como vinho conseguem ficar ainda melhores com os anos. Um exemplo absoluto desta métrica é o Saxon, já que nitidamente as areias do tempo parecem favorecer ao grupo, visto que nossos queridos “tiozinhos” continuam presenteando seus fãs com discos espetaculares, e “Battering Ram” não fugiu à regra saxônica.

Lançado em 16 de outubro de 2015, o disco é de um bom gosto cativante e empolgante. Repleto de faixas eletrizantes, “Battering Ram” consegue agradar públicos variados, tudo devido aos climas expressados com capricho.

A homônima faixa de abertura é simplesmente linda, sem muita frescura os acodes da canção são como chicotadas, golpes que os críticos de plantão não puderam evitar.

A faixa seguinte, “The Devil’s Footprint”, começa com uma narração de aproximadamente 44 segundos e tem a letra inspirada numa antiga lenda britânica. Com um riff matador e um vocal visceral, a canção é marcante do começo ao fim e de certa forma funciona como um “abre-alas” de luxo para a próxima canção “Queen of Hearts”.

Em uma entrevista, o vocalista Biff Byford, ao falar sobre a faixa, disse que buscou inspiração em bandas de Rock Progressivo como King Crimson, por exemplo, para preencher a atmosfera da composição. De fato a canção soa bem cadenciada, com partes brandas porém cheia de comoção.

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Biff Byford várias vezes disse ser fã da empresa de quadrinhos Marvel. A prova desta paixão fica por conta da quarta faixa, chamada “Destroyer”. A canção é inspirada no personagem de mesmo nome que aparece nas histórias de Thor. Algumas fontes dizem que a canção se trata de outro personagem, um vilão, porém a letra traz claras referências à armadura criada por Odin, que apesar de algumas vezes ter sido usada por Loki contra Thor, foi criada para fins de proteção. “Forjado no metal, feito de aço, assassino de deuses.”

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O disco num todo tem uma pegada Hard/Heavy matadora, e isso pode ser percebido com bastante ênfase em “Hard and Fast”. A canção é a que mais consegue unir estes estilos de forma abrangente no disco. Claro que a produção excelente de Andy Sneap (Megadeth, Nevermore, Exodus, Testament e Blaze Bayley), ajudou e muito nesta equação.

Se em “Hard and Fast” a banda exprimiu com mais zelo a junção entre Hard Rock e Heavy Metal a faixa seguinte “Eye of The Storm” deixa de lado essa alquimia musical e cai de cabeça na NWBOHM (New Wave Of British Heavy Metal), dando ao trabalho uma aura forte e viciante.

“Top of The World” e “To The End” trazem aquele clima explorado pela banda em discos como “The Inner Sanctum” e “Killing Ground”, porém acobertados pelo momento criativo atual do grupo. Ambas as faixas servem de ponte climática para a música de encerramento do álbum “Kingdom of The Cross”.

A faixa, que é uma das mais emocionais do disco, foi baseada em um poema escrito por Biff Byford e tem a participação de David Bower (vocalista do Hell), que recitas versos inspirados. A faixa descreve um campo repleto de cruzes que marcam o local da morte de diversas pessoas durante a Primeira Guerra Mundial. Destaque para o refrão comovente e para o lindo timbre de baixo de Nibbs Carter.

“Battering Ram” é uma verdadeira aula de qualidade, e traz tudo aquilo que transformou o Saxon numa das mais importantes bandas na história do Heavy Metal mundial, provando que o tempo nem sempre apaga a criatividade e a pegada expressada com mãos competentes de outrora.

Formação:
Biff Byford (vocais);
Paul Quinn (guitarras);
Doug Scaratt (guitarras);
Nibbs Carter (baixo);
Nigel Glockler (bateria e sintetizador).

Faixas:
01 – Battering Ram
02 – The Devil’s Footprint
03 – Queen of Hearts
04 – Destroyer
05 – Hard and Fast
06 – Eye of The Storm
07 – Stand Your Ground
08 – Top of The World
09 – To The End
10 – Kingdom of The Cross

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