INTRODUZINDO: The Rolling Stones é uma banda de Rock originada na cidade de Londres / Inglaterra, no ano de 1962, e considerada um dos maiores, mais antigos e mais bem sucedidos grupos musicais de todos os tempos – tendo vendido mais de 250 milhões de álbuns no mundo inteiro. Ao lado dos Beatles, são considerados a banda mais importante da chamada Invasão Britânica ocorrida nos anos de 1960. A banda e seus membros ocuparam posição de destaque nas mudanças musicais e comportamentais dos anos 1960 e são frequentemente relacionados com a contracultura, rebeldia e juventude da época.
RELEASE: ‘Voodoo Lounge’ é o vigésimo segundo álbum de estúdio na discografia americana e o vigésimo na discografia britânica da banda inglesa de Rock The Rolling Stones. O disco foi lançado em 19 de julho de 1994, após o maior período, até então, sem lançamento de um álbum de inéditas – cinco anos desde o antecessor Steel Wheels. Voodoo Lounge é também o primeiro álbum dos Stones a não contar com a participação do baixista Bill Wyman, que deixou a banda no início do ano de 1993.
DISSECANDO O DISCO: Essa é a primeira vez que ouço disco(!), então, este texto será praticamente um react. – O álbum começa “manhoso”, com uma faixa bem cadenciada e até um tanto “lenta”: Love is Strong apresenta-se como um blues rock, com direito até a gaita de boca durante seus versos. Mick Jagger praticamente “mia” durante toda a música, soltando a voz apenas durante os refrões. You Got me Rocking já tem uma cara mais de “Rock’n’Roll”, mas, ainda com a essência blues de base. Tem um refrão bem “animadinho”, bastante cantante. Os solos (muito presentes) nos levam a algumas viagens longínquas. Eis que a terceira faixa me faz a primeira surpresa: aquele sentimento que surge, “conheço essa música, e nem sabia quem cantava”. Sparks will Fly é empolgante, dosada, boa pra tomar uma gela e ouvir ao vivo, agitando com os amigos. Na sequencia, The Worst quebra um pouco o clima agitado, e se apresenta com uma baladinha manhosa. Continuando nessa nuance, New Faces é outra balada. Com um dedilhado delicado e uma melodia feliz, até parece uma canção de Natal.
Repentinamente, surge Moon is Up, com uma entrada que lembra muito os sintetizadores dos anos 80′, apesar de apenas “lembrar”. A “batidinha” me remeteu ao som do Depeche Mode. Na parte do solo, temos algo que parece uma “briga de gatos”. Vale muito a pena conferir esse tipo de “originalidade musical”(!). Essa foi a faixa que mais me agradou até aqui. Out of Tears é mais uma “balada” – e eu achando que neste disco não teria nenhuma. Com ma melodia simples de piano, a música leva o ouvinte a uma viagem serena e ao mesmo tempo triste, interpretada na voz de Mick. É a segunda canção mais longas do disco, perdendo apenas para Thru and Thru.

Seguimos, e o clima hot retorna: I go Wild tem aquele gingado soul em sua melodia. O refrão é um tanto “meloso”, que ficaria muito melhor com vozes femininas (MINHA OPINIÃO!). Brand New Car soa muito boa aos ouvidos :). É uma canção interessante, com uma “sacada” muito inteligente. Mesmo alheio ao inglês, o ouvinte “sente” o que a música deseja expressar. Quando uma banda atinge esse patamar, é mágico! As modulações utilizadas são um show a parte. Sweethearts Together me soou “estranha” aos ouvidos: é algo entre “uma balada e uma conga”. O ritmo latino misturado à melodia… é ao mesmo interessante e perturbador. No momento do solo, lembrei até de umas “modas de viola”, aquele antigo sertanejo raiz de nossa terra. Mas, esta foi a MINHA IMPRESSÃO. Suck on the Jugular apresenta aquela batida “diferenciada”, próxima daquilo que consagraria o Red Hot Chilli Peppers em seu estilo. Temos alguns instrumentos de sopro na música, os vocais em tempos “no contra” e sons inimagináveis. No mínimo interessante! Blinded by Rainbows se inicia com aquele efeito de “chorus” manhoso, que tanto agrada (pra quem gosta, claro…). A canção segue o bpm de uma baladinha, mas, não seria bem uma. Ou seria?
Baby break it Down segue a mesma linha, meio balada, meio “sei la o que”. Por não conhecer os demais trabalhos da banda, fica difícil saber se isto é normal ou atípico dentro do seu estilo. Mas, sei que agrada os ouvidos. Para minha pessoa, neste ponto o disco já se tornou um tanto cansativo, e poderia por bem se esvaecer junto à música anterior, que seria um ótimo fechamento. Mas… ainda não. Thru and Thru, que já foi mencionada anteriormente, como sendo a track mais longa do disco, logo mostra o porquê de seu título: uma balada “enfadonha”, leeeeenta que só. Uma única guitarra, meio drive, meio clean, acompanha os lamúrios de Jagger até praticamente metade da música, quando temos umas “batidinhas” de tambor, apenas suficientes para acordar quem já desfaleceu com a melancolia aqui apresentada. Estava certo quando afirmei que o disco poderia ter acabado. Próximo aos 4 minutos, temos uma reviravolta, bastante interessante, de fato, entretanto, que serve (ao meu ver) apenas para ressuscitar defuntos caídos ao derredores. “SE” a música fosse separada em duas faixas distintas… acredito que convenceria mais. NOTA: temos incríveis 20 segundos até que a última track, Mean Disposition, se faça presente. Temos aqui mais uma boa dose de Rock’n’Roll – e dos bons, diga-se de passagem – muito embora, penso piamente que tal canção deveria (obrigatoriamente) ter-se apresentado anteriormente “poço de amargura” que foi sua antecessora. Nem os “pianinhos” animados a’la Faroeste conseguiram salvar essa.

CONCLUSÃO: partindo do pressuposto de que este redator não se trata de um fã assíduo da banda The Rolling Stones, e de que conhecia de material dos caras apenas os clássicos “Start Me Up” e “Satisfaction” – os quais são praticamente IMPOSSÍVEIS de passar despercebidos neste planeta – temos aqui uma avaliação centrada APENAS neste trabalho, qual seja ‘Voodoo Lounge’ – que se mostrou um grande trabalho, cheio de pontos altos, lances criativos e música boa. Entretanto, importante frisar que o disco se “alongou” por demais, sendo que algumas faixas “poderiam” não ter sido incluídas – principalmente o grande número de músicas “mais baladas”. Fica difícil ter-se um panorama mais complexo em virtude de desconhecer se isto é um marco da banda, ou um experimento exclusivo neste disco, como já refleti anteriormente.
NOTA: dentro do âmbito “Rock’n’Roll”, temos um trabalho bastante satisfatório em ‘Voodoo Lounge’ – não é um disco excelente, e também de longe é um disco ruim. A nota 7,0 transparece que está ligeiramente acima de outros “competidores” de mesma época.

Data de Lançamento: 19/07/1994
Gravadora: Virgin Records
Voodoo Lounge (1994) tracklist
“Love Is Strong” – 3:46
“You Got Me Rocking” – 3:34
“Sparks Will Fly” – 3:14
“The Worst” – 2:24 “
New Faces” – 2:50
“Moon Is Up” – 3:41
“Out of Tears” – 5:25
“I Go Wild” – 4:19
“Brand New Car” – 4:13
“Sweethearts Together” – 4:46
“Suck on the Jugular” – 4:26
“Blinded by Rainbows” – 4:32
“Baby Break It Down” – 4:07
“Thru and Thru” – 5:59
“Mean Disposition” – 4:09
Formação:
– Mick Jagger (Vocal, vocal de apoio, guitarra elétrica e acústica, harmónica, maracas)
– Keith Richards (Guitarra acústica e elétrica, vocal, vocal de apoio, piano, baixo, pandeireta)
– Charlie Watts (Bateria, pandeireta)
– Ronnie Wood (guitarra)