Em 1972, o Rolling Stones se volta para as influências do rock and roll, blues, country music, gospel e soul music e lança Exile on Main St., o único álbum duplo de inéditas da carreira da banda. E esse recortes musicais resultaram em um álbum frequentemente saudado como um dos melhores de todos os tempos.
A criatividade explorada no 10º trabalho da carreira ocorre após os Stones chegarem ao patamar de gigantes no rock, feito nos anos 60, virando uma referência mundial.
O pontapé para explorar mais as habilidades ocorreu com um exílio para o sul da França, na casa do guitarrista Keith Richards. Aliado ao já entrosado Mick Taylor – que entrou na banda liderada por Mick Jagger após a morte de Brian Jones em 1969 – o grupo inglês buscava uma nova cara para a sua identidade.
A viagem até a Europa rendeu em um dos mais aclamados álbuns do rock. E o fato de ele ter sido gravado em um porão, com condições inusitadas, dá um ponto positivo a mais para a obra.
Nele você encontra um blues frenético, um empolgante country ou uma melodia pop que agrada. Keith abre o disco em “Rocks Off” com um criativo riff, animada e com ótimo ritmo. A voz de Mick Jagger, característica, dá um bom complemento à faixa.

Em “Rip This Joint” voltamos aos anos 50 com um rockabilly divertido e com qualidade, com direito a piano e saxofone, do início ao fim, que até dá vontade de dançar.
“Shake Your Hips”e “Casino Boogie”é uma dobradinha blues feita muito bem pelos Stones, co uma guitarra bem criativa. E “Tumbling Dice” virou a minha favorita, especialmente pelos marcantes vocais gospel, que particularmente admiro muito. Além disso,o piano de Ian Stewart, a guitarra de Richards, o vocal de Jagger, e o coral têm uma harmonia perfeita que dá vontade de ouvir mais de uma vez.
“Sweet Virginia” tem forte influência country. Já a canção seguinte, “Torn and Frayed”, tem country, mas também beira o soul e gospel. Uma mistrua muito interessante.
“Sweet Black Angel” fala sobre a ativista Angela Davis, que foi acusada de assassinato. Seguindo com um ritmo de violão e gaitak, a balada em trabalhar em cima de uma ideia real e transformá-la em música.“Loving Cup” também virou um clássico neste álbum. Sua melodia simples típica de um rock dos anos 50, voltada mais para o pop, que contagia facilmente.
Em “Happy” ouvimos a rouca voz de Richards. A canção fala sobre drogas (o vocal cai como uma luva) e o o guitarrista faz solos mais psicolédicos.
O gospel volta em “I Just Want to See His Face”, com vocais alternados entre Jagger, Watts e Taylor. “All Down the Line” é dançante, que combina perfeitamente com Jagger e seu estilo de palco e o conhecido riff de Richards.
Em resumo Exile on Main St. ganhou com razão o posto de álbum clássico, pois além de explorar a fórmula que deu certo, os Stones pensaram fora da caixa, entregando ao seu público um grande trabalho, que entrou para a história.

Exile on Main St. – The Rolling Stones
Data de lançamento –12/05/1972
Gravadora – Rolling Stones Records
Atlantic Records
Tracklist:
Disco 1
Lado A
1 – “Rocks Off” (4:31)
2 – “Rip This Joint” (2:22)
3 – “Shake Your Hips” (Slim Harpo) (2:59)
4 – “Casino Boogie” (3:33)
5 – “Tumbling Dice” (3:45)
Lado B
6 – “Sweet Virginia” (4:27)
7 – “Torn and Frayed” (4:17)
8 – “Sweet Black Angel” (2:54)
9 – “Loving Cup” (4:25)
Disco 2
Lado A
10 – “Happy” (3:04)
11 – “Turd on the Run” (2:36)
12 – “Ventilator Blues” (Jagger/Richards/Mick Taylor) (3:24)
13 – “I Just Want to See His Face” (2:52)
14 – “Let It Loose” (5:16)
Lado B
15 – “All Down the Line” (3:49)
16 – “Stop Breaking Down” (Robert Johnson) (4:34)
17 – “Shine a Light” (4:14)
18 – “Soul Survivor” (3:49)
Lineup:
Mick Jagger – Vocal/ Violão/ Gaita
Keith Richards – Guitarra/ Violão/ Slide Guitar
Bill Wyman – Baixo
Charlie Watts – Bateria
Mick taylor – Guitarra/ Slide Guitar