Temos aqui “Monster”, o quinto álbum do DEAD OR A LIE, banda oriunda de Araraquara e que já está em atividade desde 2009. Este registro marca além do final do jejum de 4 anos entre seu último álbum e este que será resenhado mais abaixo, uma sutil mudança no seu nome, que outrora se chamava DEAD OR ALIVE.
Este disco, segundo o press-release da própria banda, se trata de uma obra conceitual, em que é contada uma história de um ser humano contra ele mesmo. Um uivo sustentado, destilado sob metáforas da vida, cuja existência pertence a todos nós. Intelectual, não é mesmo, caro leitor? Ao menos os caras apostaram na originalidade e para nossa felicidade eles não apostam em ritmos populares, com letras de cunho duvidoso, como por exemplo, infidelidade, bebedeira e reclamações por ter que pagar os 10% nos bares e restaurantes… Podemos respirar aliviados, somos afortunados,
O álbum foi gravado na cidade natal dos caras, com produção de Ali Jr e segundo a banda afirmou em entrevistas, todo o processo de gravação, mixagem e masterização levou cerca de seis meses. Vamos então destrinchar uma a uma, as seis faixas que compões “Monster”.
“The Anonymus Act” é uma intro e abre o trabalho. Normalmente eu não gosto de intros, mas como não gostar dessa viola simplesmente maravilhosa, executada por um violeiro chamado Ricardo Viggini? Quem já ouviu ou assistiu a um projeto chamado “Moda de Rock”, em que Viggini toca clásscos do Rock na sua viola, em um projeto genial, certamente saberá do que eu estou falando. Bom, voltando a intro, São 31 segundos bem interessantes.
A mesma viola da intro invade “Never Look Away”, que logo se mostra densa, atmosférica, pesada e com um clima bem dark, muito bem estruturada e com um ótimo solo de guitarra, em uma letra que a banda claramente cita Nietzsche. Bom início, tanto musical quanto lírico. E lembra da viola agradável? Ela volta a dar o ar de sua graça ao término da canção.
“Bad Dreams… No Crimes”. É uma música pesada e densa como a anterior, mas aqui é carregada no Stoner, em alguns momentos nos lembrando o SOUNDGARDEN, só que aqui com mais peso, em uma letra que trata de perturbação mental. Foi a que mais me chamou atenção.
A pegada Stoner se mantém em “Leave no Trace”, mas aqui os caras colocaram bastante melodia, tendo um resultado bem interessante. “Monster”, a faixa título traz muita influência de Gothic, sobretudo no vocal. Uma música em que o peso e a harmonia estão bem equilibrados.
“Life Itself” fecha o trabalho e esta fica bem abaixo das demais, a começar pela primeira parte que mais se parece com aquelas bandas de New Metal e mais para o refrão ela ganha a mesma monotonia que o RADIOHEAD tem, inclusive o clima é igual. Mas nada que desmereça a obra dos caras. A banda é boa e promissora.
A produção de “Monster” é impecável e é só mais um exemplo de que o Brasil hoje em dia não deve nada em relação aos gringos neste quesito. Minha única ressalva é a de que o álbum é demasiado curto: apenas 24 minutos. Mais se parece com um EP, dada a quantidade de faixas e sua duração, do que propriamente um full-lenght. Mas tá valendo. Excelente opção para quem curte um som mais cadenciado, com muita atmosfera e sem deixar o peso de lado.
Tracklisting:
01 – The Anonymus Act
02 – Never Look Away
03 – Bad Dreams… no Crimes
04 – Leave no Trace
05 – Monster
06 – Life Itself
Lineup:
Matheus Vieira – Baixo/Guitarra
Carlos Oliveira – Guitarra
William Albino – Vocal/Bateria
Special Guests:
Ricardo Viggini – Viola
Cleber Shimu – Guitarra
Danilo Bortolani – Guitarra solo em “Bad Dreams…No Crimes“
Matheus Botelho – Teclado em “Monster“