Estamos no meio desta quarentena, procurando manter a mente ativa e buscando coisas para fazer. Então um amigo e leitor da ROADIE METAl, A VOZ DO ROCK, me indicou um álbum. E é sobre “You’re Really Big“, o segundo disco dos mineiros do OVERDOSE que iremos falar hoje.
E para este redator que vos escreve, foi um desafio e tanto escutar essa bolacha, uma vez que os únicos trabalhos da banda que eu conhecia (e que gosto muito, por sinal), são os excelentes “Circus of Death” e “Progress of Decadence“.
Para o segundo disco, a banda adentrou ao “J.G. Studios“, em Belo Horizonte. Infelizmente, como ocorre com a maioria dos discos de Metal nacionais dos anos 80/90, não se têm informações acerca do lançamento. E aqui em “You’re Really Big” sequer temos o nome do produtor, apenas sabemos que o guitarrista Cláudio David ficou responsável pela masterização da bolacha. Mas vamos lá analisar faixa por faixa deste disco.
Temos “Over the Sky” abrindo a bolacha, uma instrumental bem curta, com uma mescla de riffs pesados e muita melodia. Muito boa.
“Stoneland” é emendada e o que temos aqui é um belo Power Metal, bem trabalhado e com algumas mudanças bem interessantes em seu andamento. Eu demorei para crer que era Bozó fazendo os vocais. Só acreditei quando li a ficha técnica do álbum. Uma grata surpresa, já que este que vos escreve estava acostumado com a fase mais Groove do OVERDOSE, consequentemente com a mudança drástica que seu frontman imprimiu a sua forma de cantar.
“Nuclear Winter” é um baita Progzão para ninguém botar defeito. E o que é mais interessante, estamos falando de um álbum dos anos 1980, em que a maioria das bandas existentes naquele momento se propunham a tocar um som mais pesado. E aqui temos uma composição bem trampada, com destaque para as ótimas linhas de baixo.
“Big as the Universe” tem belas harmonias de violão em sua intro e logo as guitarras entram dando um tom épico e o prog dá as caras novamente, aliado ao Power Metal, em uma composição que os músicos demonstram muito virtuosismo.
“Loneliness” traz um solo do baixista Fernando Pazzini que é um espetáculo, uma pena que seja curtinha. E chega “Let’s us Fly“, que é uma balada, com muita harmonia, bonitinha e um certo peso no seu refrão.
“United We’ll be Alone” é claramente inspirada no Hard Rock Glam dos anos 1980. Uma boa música, enquanto “Age of Aquarius” é a última das três instrumentais que a banda colocou no disco e ela tem um clima bastante épico onde os caras usam e abusam dos teclados.
“Fight for Our Dreams” encerra um ótimo disco com pitadas de JUDAS PRIEST, uma música bem interessante.
Em 40 minutos temos um bom disco de Metal que peca apenas pela produção bem tosca, que poderia deixar o disco ainda melhor, caso fosse melhor trabalhada, porém, a gente dá um desconto, pois ainda estávamos no ano de 1989, no qual ainda não tínhamos os recursos de hoje. Mas isso não impede que ele seja acima da média e sim, podemos incluí-lo como um dos clássicos do Heavy Metal nacional, Então, se puder, escute esse álbum e #fiqueemcasa.

Data de lançamento: 01 de janeiro 1989
Gravadora: Cogumelo Records
Tracklisting:
01 – Over the Sky
02 – Stoneland
03 – Nuclear Winter
04 – Big as the Universe
05 – Loneliness
06 – Let’s us Fly
07 – United We’ll be Alone
08 – Age of Aquarius
09 – Fight for our Dreams
Lineup:
Pedro “The Boz” (Bozó) – vocal
Claudio David – guitarra
Fernando Pazzini – baixo
André Márcio – bateria
Participação:
Fabio Ribeiro – teclado
NOTA: 7,5