Roadie Metal Cronologia: Vision Divine – The Perfect Machine (2005)

Após o bem sucedido “Stream of Consciousness” o Vision Divine, liderado por Olaf Thörsen volta ao estúdio para gravar e lançar o sucessor “The Perfect Machine” (2005), mais uma vez com o talentoso Michele Luppi nos vocais, onde se mostra um baita substituto de Fabio Lione.

A temática do álbum particularmente me interessa, por se tratar da relação entre o ser humano e as invenções científicas, onde o personagem central é um cientista com capacidade de pôr um fim à morte e à doença para toda a humanidade e, assim, tornar a raça humana imortal, a “máquina perfeita”. A história considera os aspectos sociais e religiosos do e como e que impactos essa descoberta poderia trazer.

Musicalmente, a banda consegue manter o seu estilo, que acho difícil até rotular, pois é muito além de um power metal. É mesclado com progressivo em vários momentos. O Vision Divine é uma banda que tem seu próprio estilo, incorporando elementos diferentes, resultando em um interessante trabalho.

A faixa-título vem de cara e em crescente pontos fortes. O vocal de Luppi brilha em constantes mudanças. A combinação de teclados e guitarras soa muito boa e diferente do que estamos acostumados no power metal.

1st Day Of A Never-ending Day” começa com teclados de forma erudita, dando um clima reflexivo. Os teclados são o ponto forte desta canção, tanto em momentos mais lentos quanto nos ápices.

“The Ancestor’s Blood” tem um riff visceral que empolga. Olaf Thorsen toca de maneira cativante e bem relacionado às letras, com solos de técnica incrível.

Land Of Fear” segue a linha de bons riffs e refrão inspirado, com bom trabalho de vocal e backings de Luppi. Olaf mais uma vez com um bom solo no meio da música e seguindo até a subida de tom para o fim.

“God is Dead” é porradeira, com uma performance vocal incrível de Luppi, bem como alguns dispositivos texturais bastante interessantes trabalhando nos teclados. Velocidade típica do power metal, mas com bastante elementos progressivos. Ponto alto do álbum (destaque para o agudo final).

Rising Sun” tem um trabalho incrível de conteúdo lírico e os efeitos instrumentais, que merecem atenção. Particularmente o final da música e um ponto chave.

“Here in 6048” é uma ótima balada, com mais de 3 minutos e tem guitarras altas, em arpejos de tons limpos. Vocal doce e forte também se destacam dessa canção, que é muito gostosa de se ouvir.

The River” volta com a velocidade mais power metal, e talvez soe um tanto corrida demais e sem variação, em relação ao restante do álbum. Mas não deixa de ser boa.

Fechando o album “Now That You’ve Gone” tem um clima mais sombrio, que combina com o conceito do album. Esta soa com mais variações e experimentos, típicos de um prog metal, aplicado de forma positiva.

A versão japonesa contém a faixa bônus “The Needle Lies”, cover muito interessante de Queensryche, um bom presente para os fãs do Vision Divine.

Talvez muitos apontem a estrutura das músicas como um ponto baixo neste álbum, que corre o risco de soar parecida demais uma como a outra, especialmente para quem não tem familiaridade com a banda. Mas, para mim, este é um efeito que funciona com álbum conceitual, pois as faixas acabam se ligando. Por isso, vale a experiência de ser escutado na íntegra. Ate mais do que cada música individualmente.

Pode não ser um álbum perfeito, mas com “The Perfect Machine” o Vision Divine mantém seu lugar como uma das melhores bandas da Itália a despontar no power metal e que merece ser lembrada no hall dos fãs do estilo.

Vision Divine – The Perfect Machine
Data de lançamento: 07 de outubro de 2005
Gravadora: Scarlet Records

Tracklist

01 – The Perfect Machine
02 – 1st Day Of A Never-ending Day
03 – The Ancestors’ Blood
04 – Land Of Fear
05 – God Is Dead
06 – Rising Sun
07 – Here In 6048
08 – The River
09 – Now That You’ve Gone
10 – The Needle Lies (Japan only, Queensrÿche cover)

Formação

Michele Luppi – vocais
Olaf Thorsen – guitarra
Federico Puleri – guitarra
Andrea Torricini – baixo
Andrea DePaoli – teclados
Danil Morini – bateria

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