O décimo quarto álbum de estúdio do power trio norte-americano ZZ Top, o “Mescalero”, foi lançado em setembro de 2003 pela RCA Records. Esse é o último álbum que eles lançaram pela gravadora e consta com inserção de instrumentos como acordeon, gaita e pedal steel (aquele modelo de guitarra que fica “deitada”, muito utilizado no country music). Então vamos para mais essa análise!

O álbum é bem longo, contém 17 músicas, e começa com a faixa-título que contém um clima até meio “eletrônico”, o que não me agradou muito. A “Two Ways to Play” me faz recuperar a empolgação para o álbum, com uma faixa mais pesada e direta.

“Alley-Gator” tem um certo peso mas me traz essa vibe “eletrônica” e moderna que não me desce, mas já é melhor qua a faixa título e tem um refrão bem bacana. “Buck Nekkid” traz aquele velho ZZ Top que conhecemos, uma música com aquela roupagem mais tradicional para equilibrar e trazer certo contraste para o álbum.

“Goin’ So Good” poderia ser trilha de algum filme western facilmente, bela balada “caipira”. “Me So Stupid” é uma música divertida, dessas com um aproach mais moderno, foi a que mais me agradou até agora.

“Piece” traz novamente o peso, música direta e com boas viradas de bateria. Chegamos a metade do disco e somos brindados com a ótima “Punk Ass Boyfriend” (que já me fez rir com o título). Queria destacar também o belo trabalho de guitarra apresentado nessa música, belos solos e bons riffs.

“Stackin’ Paper” é bacana, fica na média das músicas até agora apresentadas (que é uma média boa). “What Would you Do” traz aqueles efeitos de voz a lá Black Eyed Peas que me incomodou muito, mas que não estraga a música, o solo de guitarra salvou!

O groove da “What Is Kid” é um acerto, uma das que mais me agradou até agora, ótima música. “Que Lastima” como o nome já sugere, é melancólica e cantada em espanhol (esse disco tem muita influência do tejano, que é uma variação da música folk mexicana-americana da população do sul e centro do México).

“Tramp” tem aquela estrutura do blues, a estética de música tema de algum comercial “cool” de roupas e belos solos de guitarra, apesar de repetitiva é bacana. “Crunchy” é praticamente instrumental que, diferente do som anterior, é mais trabalhada e mais pesada.

Estamos chegando ao final do álbum, e “Dusted” e “Liquor”nos traz novamente aquele ZZ Top clássico (um com alguns elementos mais modernos, vocais sintetizados e efeitos, e outro mais direto e com belos fraseados de gaita). Para finalizar temos “As Time Goes By”, uma bela balada que podia ser cantada facilmente por Louis Armstrong, mas com o tempero ZZ Top.

Mescalero” é um ótimo álbum mas que, na minha opinião, se perde em algumas músicas com alguns elementos modernos/eletrônicos que destoam da proposta da banda. Mas o lado bom é que eles se arriscaram mesmo depois de uma carreira musical gigantesca, e isso é motivo para se aplaudir de pé, e tal “ousadia” não irá agradar totalmente a todos.

ZZ Top – Mescalero
Lançamento: 8 de setembro de 2003
Gravadora: RCA Records

Tracklist
01. Mescalero
02. Two Ways To Play
03. Alley-Gator
04. Buck Nekkid
05. Goin’ So Good
06. Me So Stupid
07. Piece
08. Punk Ass Boyfriend
09. Stackin’ Paper
10. What Would You Do
11. What It Is Kid
12. Que Lastima
13. Tramp
14. Crunchy
15. Dusted
16. Liquor

Formação:
– Billy Gibbons (guitarra vocal)
– Dusty Hill (baixo)
– Frank Beard (bateria)