Novembro chegou e curiosamente o Novembers Doom já nos trouxe o seu mais novo álbum, Nephilim Grove…

Petrichor começa numa pegada meio “trasheira”, e em alguns momentos (de toda a carreira da banda) isso me parece a característica, mas por se tratar de uma banda de Death/Doom, nós compreendemos, é uma música em que os vocais limpos (isso inclui os backings) é bem feito e explorado, tem suas partes viscerais com blast beats e um solo muito bem feito. É uma boa faixa de abertura.

The Witness Marks… eu já tinha mencionado a parte “trasheira”… Opa! olha ela aqui novamente, mas vamos seguir, é mais uma música em que os vocais limpos são bem destacados e as vezes eu me lembro do que o Ghost costuma fazer, destaque pro riff, que faz jus ao nome do álbum quando se trata de Grove, outro destaque eu não poderia deixar de passar é para Gary Naples, que bateria excelente!

Nephilim Grove começa naquela vibe Katatonia, soft, vocais baixos e limpos, guitarra no clean, e mesmo quando a música “cresce” ela ainda está na pegada da banda que citei, o que acho interessante, mas o interessante é a atmosfera de suspense/terror, inclusive os guturais que aparecem (o não cantados), levam a essa atmosfera, agora quando de fato é cantado, é como se você soubesse o que realmente falta pra música ficar completa, acertaram muito na composição e na escolha pra faixa título.

What we Become, também tem seu início soft, mas um pouco mais denso, e o legal é que o baixo tem um destaque, mas já com a entrada de todos (inclusive voz), a coisa muda, atmosfera cresce e a ideia que eu tinha a respeito do álbum também, e acho que até a ideia da banda quanto a sua sonoridade também, pois me parece bem mais moderna do que os ultimos lançamentos, talvez por isso eu tenha assemelhado bastante ao Katatonia, mas direi que é uma ótima faixa, digo até que pode disputar para melhor faixa do álbum com a faixa título.

Adagio, é densa, mas não é soft, bruta , com os vocais mais fortes que de costume,a bateria abusando da troca de compassos e contratempos, o que eu gosto por me lembrar o Prog, e os vocais limpos aparecem pra dar aquela suavizada (momentânea), mas aparecem, mas o destaque é vocal gutural mesmo, que ficou excelente, e outra parte interessante, a de um teclado bem no meio da música, da uma brusca caída, mas é uma ótima ponte para o solo de guitarra, que mais uma vez foi bem feito, Paul Kuhr sempre surpreende!

Black Light já começa pesada, forte e bruta, tudo isso mesmo, e o Death Metal volta a aparecer, eu confesso que torcia o nariz pra essa sonoridade (mais pesada) da banda, mas é como se eu fosse aprendendo a gostar, e cá estou eu de boca aberta, as misturas dos vocais limpos e guturais, o riff, a bateria, é uma faixa pra se dar um destaque, mais um solo bem legal, mas esse um tanto mais melódico. Falando nisso, observei que a banda está um pouco menos melódica nesse álbum.

The Clening Blind tem essa atmosfera mais lenta, e eu to quase achando que eles apostaram bastante nisso nesse álbum, mas ela começa como What we Become, e ganha seu peso, mas ela tem uma pegada bem no pé do Prog, desses mais modernos que nós já conhecemos, mas ela não tira a essência do que é o Novembers Doom.

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é images.jpg

Still Wrath… eu creio que muitos aqui conhecem a banda sueca Opeth, e sabem como ela misturava Death Metal e Prog, e sabem o quão complicado é fazer isso com maestria, mas de tanto eu notar essas mudanças sonoras nesse álbum eu até começo a pensar nessa possibilidade, deu pra sacar de longe as influências (não to afirmando que eles fizeram, mas o que eu captei na audição) do Deliverance, álbum de 2002 dos suecos, é uma música pesada, bem intrincada, tem groove, tem bateria destruindo tudo, tem vocais excelentes tanto limpos quanto guturais, e tem o baixo segurando as pontas como ninguém, é uma excelente faixa.

Em The Obelus, a bateria é bem feita, destacada e o baixo sendo bem marcante e groovado, eu admito que to mais surpreso ainda com esse álbum. É uma faixa moderna, vocais guturais que lembram os do Max Cavalera (no Soulfly), a bateria continua impecável e avassaladora, a divisão vocal ta simplesmente perfeita, em suas dissonâncias vocais, claro na parte do backing, mas que faz toda a diferença, a guitarra tem seu destaque em um ponte, antes do groove que da a caída no andamento da música, e claro que blast beat né, é uma faixa muito, mas muito bacana ,e me diga se você não vai ficar com a melodia cantada com vocal limpo na sua cabeça, ta aqui até agora.

Eu realmente admito que estou bastante surpreso quanto a esse álbum, pois realmente esperava mais do mesmo, um que poderia até ser inferior ao últimos, ou alguns outros. Eu simplesmente vibrei com todas as faixas, e pra mim que achava que 2019 já estaria no fim e não teria nada de surpreendente no metal, esse álbum me deu uma nova visão sobre a banda e até buscarei ouvir melhor os álbuns anteriores. Meus destaques são para as faixas Nephilim Groove, Adagio, Black Light e The Obelus.

Formação:
Paul Kuhr (vocal)
Larry Roberts (guitarra e vocal)
Vito Marchese (guitarra)
Mike Feldman (baixo)
Garry Naples (bateria)

Faixas:
01. Petrichor
02. The Witness Marks
03. Nephilim Grove
04. What We Become
05. Adagio
06. Black Light
07. The Clearing Blind
08. Still Warmth
09. The Obelus

Encontre sua banda favorita