Em 1992, qualquer banda de Heavy Metal ou seus subgêneros estava em uma situação complicada. Fonograficamente, com o crescimento absurdo do Grunge, o Metal vinha perdendo muita força, tanto em venda de Merchandising quanto em shows, que diminuíram gradativamente na quantidade de publico.
É claro que estamos nos referindo ao Iron Maiden e é notório para qualquer um, que os fãs da banda não se deixam seduzir por qualquer coisa senão a música que amam, mas a banda em si não passa por um bom momento, a começar pelo fato do líder Steve Harris ter sobre si o fantasma da recente separação com sua ex- esposa.
Ao analisar o álbum, percebe-se nitidamente que se trata do trabalho mais obscuro de toda a obra do Maiden. As faixas se apresentam cheias de temas paranoicos e demônios imaginários.
Um ponto fundamental e marcante sobre “Fear Of The Dark”, foi a decisão de Bruce Dickinson em meio a tour de divulgação, anunciar sua saída da banda. O músico informou buscar novas inspirações para seus projetos paralelos e não queria ter a sombra de Harris controlando tudo ao seu redor.
Outro fator relevante é que este é o segundo álbum de estúdio sem a contribuição de um dos principais parceiros de composição de Dickinson, o guitarrista Adrian Smith.
Sobre o álbum, é detentor de grandes clássicos, que até hoje são incluídos nos shows da donzela. Desde a classuda “Fear of the Dark”, cantada aos coros em todos as apresentações da banda, até outros destaques como “Be Quick or Be Dead”, com sua velocidade alucinante e um dos melhores desempenhos de Bruce no álbum.
“From Here To Eternity”, mesmo sendo mais cadenciada, é uma música bem pra cima e divertida, com algumas variações e seu refrão impactante, “Afraid to Shoot Stranger” é mais um grande épico e nessa música Steve Harris começa a demonstrar o novo direcionamento musical que seria imposto nas obras seguintes do Maiden. Linhas de baixo conduzindo uma abertura mais obscura e densa, características ate hoje encontradas nos trabalhos da banda.
Outro destaque é aparição pela primeira vez de uma balada, “Wasting Love” vem com a intenção de ser a musica comercial do registro e mostra uma tentativa de direcionamento ao publico jovem e emergente da MTV. As outras canções presentes no disco mostram uma falta de direcionamento e a impressão é de que o grupo se perde por completo.
Diversas lacunas são notadas e a criatividade e inspiração, começam a deixar duvidas se a banda estaria a partir de então, fadada a mesmice. A verdade é que após lançar clássicos atrás de clássicos nos anos 80, apresentam dois álbuns totalmente fora da linha (“No Prayer for the Dying” e “Fear of The Dark”) que os estabeleceram como a maior banda de Heavy Metal do Mundo. Entretanto, estamos nos referindo ao Iron Maiden e mesmo fugindo de suas origens, o disco é considerado por muitos um clássico absoluto da banda e quem sou eu para dizer o contrario.
Fear Of The Dark
01 – Be Quick or Be Dead
02 – From Here To Eternity
03 – Afraid to Shoot Stranger
04 – Fear Is The Key
05 – Childhood’s End
06 – Wasting Love
07 – The Fugitive
08 – Chains of Misery
09 – The Apparition
10 – Judas By My Guide
11 – Weekend Warrior
12 – Fear of The Dark
Formação:
Bruce Dickinson (Vocal)
Steve Harris (Baixo)
Dave Murray (Guitarra)
Janick Gears (Guitarra)
Nicko Mcbain ( Bateria)