Próximo a lançar o EP “Bleeding Through”, o projeto 6:17, capitaneado pelo músico, compositor e produtor Nick Russell, acaba de liberar o principal single dessa obra. “Bleed”, como foi batizada a música é uma representação dos traços musicais do artista que navega pelas águas do acústico, industrial, eletrônico e dance music mais madura. O EP, no entanto, mostra um conceito existencialista sobre a vida e seus percalços. A canção, que está disponível em todas as plataformas de streaming pela DK Records, não está sozinha nesse pré-lançamento, pois na mesma campanha há uma versão para “Splendid Soldiers” de Alev Lenz, como bônus.
De acordo com as influências que cercam o 6:17 como post rock, post hardcore, prog rock e até ambient sound, “Bleed” é uma mistura que intercala a complexidade do industrial com a agressividade do hardcore, porém camadas de sintetizador inserem no tema um clima futurista. Conforme exposição criada ao personagem, a instrumental promove reações que poderão causar confusão em alguns, assim como empolgação em outros. De maneira idêntica, a pessoa que está roteirizada no conceito procura respostas para o sentido da vida, mas acaba caindo em depressão. Não há nada melhor do que batidas poderosas, riffs caóticos e um vocal louco para interpretar tudo isso.
Como “Bleed” é uma canção que aponta para a veia eletrônica de Russell, pessoas que curtem estilos de cenas de vanguarda como new wave, dark e house poderão ficar bem animados. O single também possui uma estrutura cinematográfica que cai bem em qualquer filme ou série de ficção científica. Contudo, sua relação com o conceito do EP também pode reportar a uma vida urbana, onde todos vivem de um lado para o outro traçando naturalmente um ponto entre a sanidade e a loucura. Com essa visceralidade, “Bleed” abre caminho ao lançamento principal com toda pompa.
Enquanto a música B-Side “Splendid Soldiers”, algumas pessoas já mataram que a versão original de Alev Lenz – que está em seu álbum “3” (2019) –, na verdade se refere a uma trilha sonora de The Rain, série da Netflix. Aqui, o 6:17 colocou um pouco mais de substancialidade na música que, na primeira versão, é muito mais melancólica e sem brilho. No repertório desse projeto, distorções saturadas e uma cadência compassada aliviam mais a tensão e jogam a vibe um pouco mais a cima. O vocal grave de Russell insere na obra um contraste bem mais marcante do que na música original, que é mais homogênea aos climas. Eis uma boa experiência para os seus ouvidos.
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