Devido ao momento que estamos atravessando, eu, Helton Grunge, decidi criar este quadro de matérias chamado 40 de Quarentena. O quadro consiste em 40 dicas de álbuns para se ouvir durante essa crise de saúde que estamos enfrentando no mundo. Uma vez que tudo está limitado e que temos que ficar o máximo possível em casa, vou sugerir 40 álbuns muito bons para que você ouça e lhe ajude a passar por este tempo de crise.

A ideia é fugir das obviedades e falar de bandas que merecem ter seu trabalho em álbum conhecido, tal sua qualidade. Não preciso aqui “chover no molhado” e apresentar álbuns clássicos, até porque sua importância na música já é clara e certamente influenciou vários trabalhos. Os álbuns não necessariamente serão da cena underground, muitas vezes serão também de bandas que já se ouviu falar, mas não se ouviu um trabalho completo dela: vale a pena conferir a matéria e conhecer os trabalhos.

O álbum de hoje é The Colour And The Shape (1997) da banda norte-americana de Post Grunge chamada Foo Fighters.

Sim, todos já estão cansados de saber que Dave Grohl, líder, guitarrista e vocalista do Foo Fighters, era o baterista do ícone do Grunge chamado Nirvana. O que poderia ser ótimo para conseguir portas abertas para apresentar o novo trabalho, chegou como um peso extra aos ombros de Dave, uma vez que o Nirvana havia acabado de encerrar suas atividades após a morte de Kurt Cobain e, apenas um ano depois, Dave Grohl já apresentava seu novo projeto.

Mas esta foi a forma adotada pelo músico para superar a perda de seu grande amigo: continuar fazendo o que mais amava, a música.

Quando fazia parte do Nirvana, Dave Grohl não tinha espaço para apresentar muitas ideias e, muito menos, suas músicas; já que o líder Kurt Cobain era o compositor desde o início dos trabalhos. Sendo assim, muita coisa que Dave havia composto ao longo dos anos estava engavetado. Quando o Nirvana encerrou repentinamente suas atividades após a tragédia (suicídio de Kurt Cobain), o líder do Foo Fighters resolveu gravar de forma profissional suas composições e levar adiante sua vontade de seguir na música.

Antes mesmo de o Nirvana deixar de existir, Dave já havia feito uma pequena fita demo onde gravou todos os instrumentos e a voz de suas composições e as registrou ali. Mas a ideia de seguir adiante com um novo trabalho veio apenas após ter que abandonar as baquetas de sua antiga banda.

Seria muito mais cômodo para o músico seguir como baterista em qualquer outro projeto, até porque ele dominava a arte e era respeitado no instrumento após atingir o sucesso com Nevermind (1991). Mas Dave preferiu algo diferente: escolheu ser o frontman de um novo projeto, o Foo Fighters.

Entre o fim de uma banda e o começo de outra, o músico cogitou a possibilidade de abandonar a música; mas começou a pensar que a amava demais para simplesmente abandoná-la. Então voltou ao estúdio, mas, dessa vez, para gravar um trabalho de forma definitiva e colocar em prática o que havia projetado. Em 1995 foi lançado o Foo Fighters (1995), álbum de estreia da banda de Dave Grohl, onde ele gravou sozinho todos os instrumentos e as vozes.

Era chegada a hora do músico procurar parceiros para seguirem ao seu lado junto do projeto, afinal, ele não queria seguir carreira solo. Convidou Krist Novoselic para o baixo, mas o músico recusou por acreditar que o público rejeitaria achando que se tratava de uma continuação do Nirvana. Quem topou seguir com Dave fora Pat Smear, guitarrista que acompanhou a banda de Kurt Cobain na turnê de In Utero (1993) e foi incorporado à banda de forma definitiva na época.

Mas nada fora fácil para o Foo Fighters. Diferente de todo o glamour que Dave havia encontrado ao tocar no Nirvana em seu auge, neste novo projeto ele voltou às raízes tocando em pequenos Pub’s e viajando de van pelo país para divulgar seu trabalho recém lançado.

O álbum de estreia foi bem recebido pelo público e abriu as portas para que a banda, agora mais consolidada, pudesse entrar em estúdio e lançasse seu segundo trabalho, o The Colour And The Shape (1997), o álbum escolhido de hoje para o 40 de Quarentena.

Este álbum foi uma espécie de autoafirmação da banda no cenário da música, pois vinham de um bom primeiro álbum onde havia colocado a banda no radar do grande público, dos canais de TV e dos grandes festivais; mas um segundo álbum que não correspondesse às expectativas da crítica poderia atrapalhar com tudo. Mas não foi o que aconteceu, uma vez que este trabalho é ainda melhor que o de estreia da banda, apresentando ótimo peso, trabalhos de guitarra bem criativos, boas melodias e uma linha invejável de bateria.

Claro que o fato de contar com Everlong, um dos maiores hits da banda de todos os tempos, ajudou muito para a boa difusão do trabalho e a receber boas críticas sobre o álbum. Mas nem tudo era um mundo ideal para Dave, já que enfrentaria problemas na formação da banda até conseguir estabilizar um grupo de músicos que conseguisse corresponder ao que a proposta do trabalho pedia. Neste álbum, por exemplo, Dave não estava satisfeito com a linha de bateria de William Goldsmith, baterista que estava com a banda desde sua formação e que tocara no álbum de estreia.

De qualquer forma, o álbum foi um sucesso e merece ser ouvido pelos amantes do Rock Alternativo, pelos amantes do Grunge, do Post Grunge e por todos os amantes do Rock em geral, que já ouviram falar da banda, mas que nunca pegaram um álbum completo para ouvirem.

Confira abaixo a tracklist de The Colour And The Shape (1997) da banda Foo Fighters.

01. Doll
02. Monkey Wrench
03. Hey, Johnny Park!
04. My Poor Brain
05. Wind Up
06. Up In Arms
07. My Hero
08. See You
09. Enough Space
10. February Stars
11. Everlong
12. Walking After You
13. New Way Home
14. The Colour And The Shape

Chegou aquela hora onde eu falo as minhas preferidas o álbum. Como sempre digo: em bons álbuns, qualquer uma delas pode ser considerada destaque, porém eu sempre escolho algumas para apresentar o que eu considero de melhor dentro do trabalho. Neste álbum, minhas preferidas são Monkey Wrench, My Poor Brain, Wind Up e Everlong.

Monkey Wrench é a segunda faixa do álbum e já inicia de forma acelerada, lembrando a sonoridade das bandas de Hardcore Californiano que ficaram famosas nos anos 90 por sua intensidade e bons riffs de guitarra; aqui a banda apresenta boas quebras de tempo na bateria, ótima melodia e um refrão marcante. My Poor Brain é uma faixa que começa meio confusa, mas que depois é tomada por um riff simples de guitarra e uma voz suave; ao chegar ao refrão, a música apresenta bastante peso, bons ataques de bateria e boa intensidade; a música funciona ainda melhor nos shows. Wind Up é um faixa que tem uma ótima bateria, com ótimos ataques e contratempos desde o início, o que eleva a música de patamar; bons riffs de guitarra também chamam bastante a atenção, além de ótima melodia de voz. Everlong é a clássica da banda, um de seus maiores hits e mostra um trabalho muito bem elaborado pela banda em uma música muito bem cadenciada, que começa de forma mais leve e tranquila e termina com boa intensidade e agressividade.

Mas o álbum todo é uma obra de arte, apresentando boas músicas e consagrando o nome da banda no cenário do Rock Alternativo e do Post Grunge, provando que Dave Grohl queria ser lembrado como bom músico e compositor, não como apenas o baterista do Nirvana.

Vale a pena ouvir com atenção o segundo álbum de estúdio da banda Foo Fighters e entender por que a banda conseguiu se consolidar no mundo da música.

A formação da banda Foo Fighters no álbum The Colour And The Shape (1997) contou com Dave Grohl na guitarra, na bateria e nos vocais, Pat Smear na guitarra e nos vocais de apoio e Nate Mendel no baixo. O baterista Taylor Hawkins assumiria o posto das baquetas deixado por William Goldsmith quando a banda colocou o pé na estrada para a turnê de divulgação do álbum. O nome de William Goldsmith não está nos créditos do álbum porque Dave Grohl não estava satisfeito com sua forma de tocar bateria nas músicas do álbum e decidiu regravar tudo sozinho.

Então escolha seu melhor fone, escolha sua plataforma de streaming preferida e aproveite este tempo de crise social para ouvir bons trabalhos musicais. A dica de hoje foi The Colour And The Shape (1997) da banda norte-americana de Post Grunge chamada Foo Fighters, mas todo dia teremos novas dicas aqui com um breve resumo e breve opinião minha sobre o trabalho. Espero que a dica seja interessante e que usem este tempo difícil a seu favor, cuidando-se e cuidando das pessoas ao redor; mas sem deixar de conhecer ótimos trabalhos musicais que talvez você não teve tempo para ouvir.

Ouviu o trabalho? Deixe seu comentário abaixo, vamos conversar sobre. Caso vá ouvir após ler a matéria, volte para dizer o que achou e se a dica valeu a pena. Fique ligado porque em breve tem mais! Sucesso e se cuidem, porque tempos melhores virão!

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