Por Vitor Rodrigues.
Quem assistiu à minha participação no Panelaço, programa do meu querido amigo João Gordo, viu que comecei a curtir Metal vendo o clipe do Iron Maiden, “Aces High”. Pois bem, daquele dia em diante esse estilo se tornou parte de mim e o Iron Maiden uma das bandas que mais escutava.
De toda a discografia deles, é inegável a importância do “Powerslave” para o estilo. Sempre brinco dizendo que se o primeiro do Black Sabbath é a gênesis, a criação do mundo; o “Powerslave” é o nascimento de Cristo devido ao caráter mítico dessa obra.
Porém, o ser humano é engraçado devido às suas diferentes opiniões e, contrariando essa máxima mas não desrespeitando-a, o meu preferido sempre vai ser o “Somewhere In Time”, e é dele que tecerei algumas palavras.
A começar pela capa. Não tem preço o dia em que fiquei ouvindo o vinil e vendo aquela gravura, todos os detalhes tentando descobrir o que tinha mais de extraordinário que fugia aos meus olhos. E naquela época eu estava lendo entrando no maravilhoso universo dos livros de ficção científica, e quando o “Somewhere” entrou na minha vida, percebi a perfeição da união dos dois mundos nos quais estava vivendo intensa e vorazmente: Heavy Metal e ficção científica.
Esse disco tem tantas nuances e detalhes que seria preciso um livro inteiro para podermos destrinchá-lo, porém serei extremamente breve e objetivo e quem sabe, num futuro próximo, venho trazer mais detalhes sobre ele.
O disco abre com a “Caught Somewhere In Time”, com aquela nota me arrepiando por inteiro e te transportando para o futuro. É como você estivesse entrando em uma nave rumo ao espaço infinito à procura de novas aventuras. Era assim que eu me imaginava ao ouvir esse disco. Seu riff inicial também nos remete ao Egito antigo porque há essa sensação no ar e é interessante esse paralelo do passado antigo e o futuro. Já “Wasted Years” simplesmente tem o solo mais cativante do Metal, sem contar o videoclipe que conta a carreira da banda em imagens intercalando com a mascote Eddie nas capas memoráveis do Derek Riggs. “Sea of Madness” é a minha preferida, tanto em letra como estrutura musical… e que música! A melhor do Maiden, e top 5 das melhores músicas do Heavy Metal de todos os tempos. “Heaven Can Wait” empolga e culmina com aquela parte do coro, o “ÔÔÔ” mais famoso do mundo. “The Loneliness of The Long Distance Runner” é o tipo de faixa que considero uma prévia do que viria a ser o Heavy melódico. O groove e a cadência chega em “Stranger In A Strange Land” e criam um clima maravilhoso para Bruce Dickinson atestar o porque ele é um dos maiores vocalistas de Metal, ao lado de Dio e Rob Halford. “Deja-Vu” é rápida, mas maravilhosamente bem feita com sua batida energética e refrão cativante. E “Alexander The Great”… o que falar desse verdadeiro épico que sonhamos ouvir e ver ao vivo um dia. A história de Alexandre, o Grande, o maior conquistador de todos os tempos, ilustrada com maestria pela Donzela de Ferro e que fecha essa obra-prima suprema do Metal.
Em tempo…
Certa vez, na época do Torture Squad, viajamos para o primeiro show fora de São Paulo. Pegamos o ônibus à noite rumo à Balneário Camboriú (SC) e tocaríamos em um evento cuja produtora era Viviana Torrico, esposa do João Gordo. O ano era 1995. No meio do trajeto estava ouvindo justamente no meu discman o “Somewhere in Time”, e na passagem de uma faixa para outra ouço Cristiano (o guitarrista) dizer que no céu tinha uma luz estranha. Quando olho para a janela vejo uma bola de luz fazendo várias evoluções no ar, diferente de tudo que eu tenha visto. Não era balão nem tampouco avião. Subitamente aquela misteriosa luz para, e de repente, numa velocidade sem precedentes ela some na escuridão da noite. Chegamos a tomar um susto com aquele objeto misterioso e que com certeza não era daquele mundo. E o mais engraçado, justamente na hora em que eu ouvia esse maravilhoso disco. Histórias do Rock ‘n’ Roll.
https://www.youtube.com/watch?v=fZI7Wo8yKBw
Formação:
Bruce Dickinson (vocal);
Dave Murray (guitarra);
Adrian Smith (guitarra);
Steve Harris (baixo);
Nicko McBrain (bateria).
Faixas:
01 – Caught Somewhere In Time
02 – Wasted Years
03 – Sea of Madness
04 – Heaven Can Wait
05 – The Loneliness of The Long Distance Runner
06 – Stranger In A Strange Land
07 – Deja-Vu
08 – Alexander The Great