O Tourniquet já virou uma banda cult. São tantos anos lançando álbuns de um nível tão alto, que é difícil dizer qual o melhor. A banda é uma espécie de Metallica do underground: se você, caro leitor, pegar a discografia completa da banda para ouvir, terá uma surpresa atrás da outra, afinal seus trabalhos, nunca soam parecidos uns com os outros, mas obviamente, todos eles são Heavy Metal, extremamente técnicos, cheios de riffs insanos, e músicos de alta capacidade técnica.
“Gazing at Medusa” é o 11º trabalho da banda. Aqui, a banda foi além do trivial, e trouxe para compor o lineup, duas figurinhas carimbadas da cena. O primeiro é o lendário vocalista Tim ‘Ripper’ Owens (ex Judas Priest e Iced Earth) e o eterno ex guitarrista do Megadeth, Chris Poland. Só por eles, já vale a pena a audição do disco não é verdade? Pois bem, já falo desde já, que o disco é muito mais do que apenas estes 2 monstros.
“Sinister Scherzo” abre o álbum e de cara temos a impressão de que o mentor do Tourniquet, o lendário baterista Ted Kirkpatrick, deu carta branca a Ripper e disse a ela pra criar as linhas vocais que desejar. Ripper está tão à vontade, quanto em quaisquer outros trabalhos que fez fora do Judas Priest e Iced Earth. Poland em particular dá uma verdadeira aula de solos aos novatos e faz o eterno e fiel escudeiro do Tourniquet, o guitarrista Aaron Guerra, suar sangue para acompanha-lo.
“Longing for Gondwanaland” tem um refrão sensacional, tem a cadenciada e com uma roupagem Doom Metal, “Memento Mori” onde Owens mostra sua capacidade de improvisar melodias diferentes de sua zona de conforto, “All Good Things Died Here” que tem uma levada Progressive Death Metal, onde mais uma vez, Owens é forçado a se reinventar e misturar levadas melódicas e rasgadas, e mais uma vez, o fez com maestria.
Outra que destaco é “The Peaceful Beauty of Brutal Justice” que começa lenta e depois descamba num metalzão tradicional tipicamente anos 80. Pra mim, é a melhor do disco. A faixa título de encerramento, traz outra marcante participação especial: o vocalista/baterista Deen Castronovo (ex Ozzy Osbourne, Revolution Saints, The Dead Daisies) faz o vocal principal desta faixa, e o faz de forma tão brutal, que você certamente não o reconhecerá sem ler os créditos.
Com mais de 30 anos de estrada, o Tourniquet tem uma história riquíssima e escreveu aqui, um de seus mais importantes e marcantes capítulos. Ted Kirkpatrick é um daqueles mitos do Metal que merecem nossa reverência. “Gazing at Medusa” é um trabalho denso, forte e talvez, de difícil assimilação imediata. Esse disco (e toda a discografia da banda) merecem sua atenção. Ouça-os!
Tourniquet – “Gazing at Medusa”
Data de lançamento: 17 de outubro de 2018
Gravadora: Pathogenic Records
Tracklist
01 – Sinister Scherzo
02 – Longing for Gondwanaland
03 – Memento Mori
04 – All Good Things Died Here
05 – The Crushing Weight of Eternity
06 – The Peaceful Beauty of Brutal Justice
07 – Can’t Make Me Hate You
08 – One Foot in Forever
09 – Gazing at Medusa
Formação
Tim ‘Ripper’ Owens – vocal
Aaron Guerra – guitarra, vocal
Chris Poland – guitarra
Ted Kirkpatrick– baixo, bateria, guitarras
Convidados:
Jonathan Guerra – narração (faixa 4)
Deen Castronovo – vocal (faixa 9)