Muito além da música, o rock já foi tema por diversas vezes no cinema em cinebiografias, comédias, documentários ou ficções. E o quadro Rock N’ Movie aborda sobre produções que celebram o estilo, seja pela paixão dos fãs da música ou sobre vida de grandes astros.
E hoje vamos falar sobre um clássico da comédia que tem a receita simples, mas se tornou aclamado e atemporal para os fãs do gênero: Escola de Rock (2003).
Pode-se se dizer que este filme é uma obra-prima estrelada por Jack Black, que praticamente interpreta ele mesmo na pele de Dewey Finn, um guitarrista fascinado e muito entendido de rock.
Mas aqui conhecemos a história do músico que foi expulso de sua própria banda. Desempregado, então ele encontra um jeito inusitado de, ao mesmo tempo, enfrentar as dívidas que se acumulam e também retornar ao universo que tanto ama.
Após a namorada de seu melhor amigo e antigo companheiro de banda Ned (Mike White), com quem divide apartamento, dar o ultimato em relação à sua permanência no lar, Dewey se passa por Ned como professor substituto em uma escola infantil para assim conseguir dinheiro para o aluguel.
Por acaso, durante uma aula de música, escuta seus alunos tocarem e percebe o grande talento das crianças. Então, surge a ideia de montar uma banda de rock e participar de uma “Batalha de Bandas” na cidade, que vale um bom prêmio.
E para isso, Dewey, ensina as crianças a história do rock, as principais influências e desperta neles o interesse em tocar algo que realmente gostam, mostrando o caminho por meio de grandes bandas.
E claro, além da música, ele passa para as crianças, acostumadas em uma rígida disciplina escolar, a rebeldia e espírito de contestação típicos do rock, ensinando desde Led Zeppelin até The White Stripes.
O que é muito genial em “Escola de Rock” é que o filme realmente é um grande aprendizado para quem começa a ingressar neste mundo. Eu mesma o assisti pela primeira vez em 2003, quando tinha apenas 13 anos, e junto com os alunos de Dewey, recebi bastante conhecimento sobre a história e a importância de bandas como Black Sabbath, Led Zeppelin, Pink Floyd, Jimmy Hendrix, entre outros.
A esperteza de Dewey em aproveitar a sabichona da turma para se tornar empresária da banda, ou fazer os alunos quebrarem a postura de música clássica para serem mais descontraídos no rock são a grande graça do filme. Além de descobrir o talento escondido de uma das alunas mais tímidas, que solta um vocal poderoso que o surpreende.
A atuação das crianças, com destaque como a Miranda Cosgrove, a eterna ICaly, como a CDF da turma ou Kevin Clark , o baterista rebelde, levam uma alma criativa ao longa, além de serem muito engraçadas.
Fora a ótima trilha sonora, “Escola de Rock” também presta boas homengaens, como Jack Black vestido de colegial, em referência a Angus Young, do AC/DC, com direito aos mesmos movimentos de performance do músico.
Ou quando Dewey passa como lição de casa aos alunos escutarem grandes clássicos como Led Zepellin do Led Zepellin, Paralel Lines dos Blondie, Bold as Love, de Jimmy Hendrix e The Dark Side of The Moon, do Pink Floyd.
Com direção do Richard Linklater, “Escola de Rock” pode até ser um filme genérico, mas é muito divertido, e no fundo, uma grande carta de amor aos dias de glória do rock clássico.
Pode passar os anos, mas continua sendo uma referência a bons filmes de rock. É um verdadeiro aprendizado, não apenas no gênero musical, mas também com espaço para boas sacadas sobre transformações e autoconhecimento. Diversão garantida sem restrição de faixa etária.