Sim, a espera acabou! Finalmente podemos ouvir o novo material do Metallica, “Hardwired… To Self-Destruct” depois de oito anos de espera desde o “Death Magnetic” (2008). A expectativa era enorme por parte dos fãs e da mídia, principalmente após “Hardwired” ser liberada. Agora que o álbum já apareceu na internet, vamos ao que interessa – resenha faixa a faixa pra matar a curiosidade.
De primeira, a já conhecida “Hardwired”, rápida e pesada, lembrando o “Kill ‘Em All” (1983), com um riff grudento e o refrão fácil de decorar. Já faz parte dos shows e com certeza vai demorar pra sair do setlist. Ótima faixa pra abrir o disco, no estilo Metallica.
“Atlas, Rise!” é uma música que conta com riffs e letra muito legais, além de um solo que ganha um tom melódico bem ao seu final, seu refrão não deixa de ser pegajoso. O modo como Hetfield canta os versos é diferente e empolgante, mas não é uma música tão memorável como sua anterior. A banda já tocou a faixa em seus shows e ao vivo funciona melhor que na versão estúdio.
Agora vamos a primeira totalmente inédita: “Now That We’re Dead” começa com destaque para Lars Ulrich, que finalmente faz algo além do básico. A faixa é mid-tempo e lembra sim um pouco da fase “Load” e “Reload”, mas de uma forma positiva, pois conta com mais técnica e é mais puxada para o Metal do que para o Hard Rock. Ainda conta com um grave fortíssimo de Trujillo, faixa que me agradou bastante em seus quase sete minutos.
O segundo single do álbum vem agora, e é “Moth Into Flame”, que tem uma abertura estilo Maiden, versos que falam sobre fama e como ela pode te destruir. Conta com um refrão que logo você estará cantando junto, além da ponte que é a melhor parte da faixa.
“Dream No More” começa pesada, lembrando “Sad But True”, porém nos seus versos James canta de um modo arrastado, soa um pouco estranho na primeira ouvida, mas vem o refrão e aí sim James solta a voz um pouco mais, não sei se ao vivo a faixa funcionaria bem, mas vamos ver nos próximos shows. Destaque para o solo de Hammet, que ao seu final dá um tom melodioso muito legal.
A última faixa do primeiro disco é “Halo On Fire”, outra que começa bem pesada, mas logo tem uma mudança, tornando-se mais calma, com versos cantados por James. Conta com um refrão poderoso, ecoando o título da música. Na metade, há uma mudança na estrutura, mas não tão radical. Seria a que mais se aproxima das clássicas “One” e “The Day That Never Comes”, por conta de sua estrutura. Para mim, a melhor faixa da primeira parte.
O disco dois começa com “Confusion”, e realmente causa uma confusão para os mais distraídos, pois vai parecer que está ouvindo “Am I Evil?” em seu início. É outra faixa de tempo médio, com bons vocais e riffs bem trabalhados. O que merece um destaque são os vocais de apoio bem presentes.
“ManUnkind” tem seu início com muita influência no Iron Maiden, ao seu decorrer tem muito peso, com uma mescla de riffs muito bons, além de vocais marcantes e agressivos. A ponte antes do solo merece destaque e no fim das contas é outra música que lembra a fase de cabelos cortados da banda.
Outra faixa pesada é “Here Comes Revenge”, com riffs ótimos, seus versos são cadenciados e a música vai crescendo até o refrão. A música é bem direta e nada progressiva, apesar de seus mais de sete minutos. Muito boa faixa que deve funcionar bem ao vivo.
“Am I Savage?” começa bem calma, sem distorções, mas apenas por trinta segundos, logo vem a porrada. O refrão é forte e funciona legal, porém a faixa acaba se tornando arrastada, não chega a ser cansativa. O mais legal da faixa com certeza são o refrão e o peso absurdo.
A homenagem ao falecido Lemmy vem em “Murder One”, que era o nome do amplificador usado pelo eterno líder do Motörhead. A faixa começa mais cadenciada, conta com um riff não tão estranho, pois a banda já soltou em alguns shows trechos do próprio. A música não é melódica, porém conta com um tom sentimental que a torna especial. Sem dúvidas nos shows será bem recebida.
Chagamos ao final da audição com a rápida e intensa “Spit Out The Bone”, que conta com riffs espetaculares e linhas de bateria que nem parecem ser tocadas por Ulrich, de tão boas. O baixo está muito presente aqui em uma passagem bem destacada na metade da música. Uma ótima faixa pra fechar o disco, empolgante e que seria ótima ao vivo. Surpreende de tão boa que é, fechou com chave de ouro o play.
Ao final da audição, posso concluir que é um excelente disco do Metallica, a melhor coisa lançada pela banda desde o “Metallica” (1991), supera de longe seu antecessor. Há muitas faixas mais cadenciadas e diretas, nada progressivas, e é o que a banda havia prometido mesmo. Algumas faixas mais rápidas ganham destaque, como “Hardwired” e “Spit Out The Bone”, das mais pesadas “Moth Into Flame”, “Here Comes Revenge” e “Murder One”, e a que mais se destacou, pelo menos para mim é “Halo On Fire”.
Deve agradar todos os tipos de fãs da banda por conta dessa diversidade das faixas, pois é um álbum que passa por todas as fases dela, sem medo de se arriscar, até porque não há o que dar errado depois de um “St. Anger” (2003) da vida. Talvez por eu ser um fã incondicional da banda, esse álbum soou quase perfeito pra mim, mas uma opinião diferente pode surgir depois de algumas semanas de audição.
O melhor de “Hardwired… To Self-Destruct” é que não é apenas “mais do mesmo” como algumas bandas tem feito. O Metallica não teve medo de sair de sua zona de conforto e entrega um verdadeiro petardo pra estourar nossos tímpanos.
Formação:
James Hetfield (vocal, guitarras);
Lars Ulrich (bateria);
Kirk Hammet (guitarras);
Robert Trujillo (baixo).
Faixas:
CD 1:
01 – Hardwired
02 – Atlas, Rise!
03 – Now That We’re Dead
04 – Moth Into Flame
05 – Dream No More
06 – Halo On Fire
CD 2:
01 – Confusion
02 – ManUNkind
03 – Here Comes Revenge
04 – Am I Savage?
05 – Murder One
06 – Spit Out The Bone