Ainda na onda das bandas de vocal feminino, pra quem não conhece, lhes apresento o Jinjer. Banda ucraniana que faz um Metal Progressivo cheio de Groove que com certeza vai te encartar com a qualidade do som.
Em “Macro“, terceiro álbum de estúdio da banda, que continua diretamente o EP lançado no início da ano, “Micro“, a banda atinge sua melhor forma até agora, com um entrosamento incrível, onde a banda faz o seu som característico juntamente com elementos de outros estilos fora do Metal, algo bastante incomum em bandas pesadas, mas que aqui funciona de uma maneira impressionante.
A mescla de vocais guturais e limpos da incrível vocalista Tatiana Shmailyuk — ela que com certeza é o foco principal da banda, o que reforça o crescimento da atenção para as mulheres no Metal — fazem você viajar e se aprofundar nas faixas.
A qualidade instrumental da banda também é algo que choca de tão boa, notas cheias de Groove, fora do tempo e com um peso invejável, criam uma atmosfera única para o ouvinte.
Você vai encontrar faixas pesadíssimas como “On The Top“, que abre o disco com maestria e nos prepara para o que virá. Não apenas musicalmente, mas liricamente a banda compõe em um nível alto. A faixa fala sobre as consequências das decisões tomadas por alguém neurótico.
“Pit of Consciousness” já fala sobre os problemas de saúde mental e mostra a banda muito técnica e pesada, com belas harmonias e vocais limpos na ponte. Você também encontrará faixas que você nunca imaginaria ouvir em uma banda pesada, como “Judgement (& Punishment)“, onde temos os versos em ritmo de Reggae, onde até um sotaque jamaicano é entoado por Tatiana.
A intro de “Retrospection” é cantada na língua nativa da banda, o que mostra que banda dá valor ás suas raízes. Outras faixas brutais que mesclam muito bem o agressivo e o melódico vão completando o álbum, sem perda de qualidade, como “Pausing Death“, com um trabalho técnico perfeito das guitarras casadas com o baixo. “Noah“, onde a vocalista fala de sobre o personagem bíblico. A faixas ainda conta com teclados muito bem encaixados em seu final.
Outro grande destaque é “Home Back”, faixa que tem seu início bastante pesado com muito Groove e influências do Nu-Metal em seus riffs. Do meio para o fim, a faixa é completamente inesperada e mostra a banda arriscando, e muito bem, um interlúdio em estilo Bossa-Nova, com um pitada de Jazz muito interessante, antes de a banda voltar com o peso absurdo e fechar a faixa perfeitamente.
“The Prophecy” é outra faixa cheia de técnica e Groove que nos encaminha para a faixa final, “lainnereP“, uma versão desconstruída da faixa “Perennial“, que estava presente no EP “Micro“. Fecha o álbum com um clima mais alternativo e um pouco sombrio.
Enfim, uma montanha-russa de sentimentos vieram até mim neste álbum, em certos momentos ficava eufórico, em outros mais contido, mas o sentimento principal é impressionado, esse ano ainda não tinha ouvido algo que me surpreendesse tanto. Mesmo aconhecendo a banda e esperando por algo assim, é inexplicável a sensação de satisfação em ouvir algo tão bom. Se você ainda não conhece o Jinjer, vá fundo e se prepare, pois a banda já tem shows marcados na terrinha em 2020.
Recomendo fortemente você, leitor, a ouvir “Macro” e compartilhar esse sentimento de euforia que senti após o final do álbum, que já está na playlist e no repeat há alguns dias e ficará por lá por mais alguns.
Formação:
Tatiana Shmayluk (vocais);
Roman Ibramkhalilov (guitarras);
Eugene Abdukhanov (baixo);
Vlad Ulasevich (bateria).
Faixas:
01. On the Top
02. Pit of Consciousness
03. Judgement (& Punishment)
04. Retrospection
05. Pausing Death
06. Noah
07. Home Back
08. The Prophecy
09. lainnereP