Alguns podem ter desanimado do In Flames após a perda da agressividade característica da banda, depois de a própria não fazer aquele Death Metal mais agressivo do final dos anos 90 de início de 2000. Isso, principalmente devido a mudança na direção musical desde “Reroute to Remain” de 2002.

Mesmo com tudo isso, a banda ainda manteve o seu legado, com álbuns bastante consistentes, como “Come Clarity” (2006), “A Sense of Purpose” (2008) e o ótimo “Sounds of a Playground Fading” (2011), onde a banda entregou um Death Metal bem melódico, com vocais limpos aparecendo com mais frequência nas composições. Avançando, “Siren Charms” (2014) e “Battles” (2016), que não deixam de ser bons álbuns, mostraram a banda em decadência, com composições mais simples e muito apegadas aos sons eletrônicos, o que não agradou à todos.

Com o anúncio do novo álbum “I, The Mask“, 13º álbum da carreira da banda, a expectativa de um bom trabalho cresceu, juntamente com os singles liberados antecipadamente. Vale a pena lembrar que éo primeiro álbum da banda desde que “Whoracle” (1997) não apresenta o baixista de longa data Peter Iwers, e o primeiro a apresentar o baterista Tanner Wayne.

Uma coisa é certa, antes da audição, não espere o In Flames tocando músicas da fase mais tradicional noventista, essa banda não volta mais. Mas se você gosta da fase melódica da metade dos anos 200 pra cá, vai se sentir em casa.

Abrindo o álbum com “Voices“, a banda já entrega a proposta do álbum, composições pesadas e melódicas, com os vocais bem alternados entre limpos e gritados e harmonias muito boas em todas as faixas. A faixa-título é uma das melhores do álbum, com os riffs e pedais duplos se destacando. É mais agressiva em seus versos, com um ótimo refrão melódico.

Call My Name” tem ótimos riffs e um trabalho muito bom nos pedais duplos, na mesma linha da faixa anterior, Anders canta com mais agonia aqui, uma faixa muito marcante. Vale citar “I Am Above“, essa que foi o primeiro single do álbum, mostrando um som mais parecido com o que a banda fez em “Sounds of a Playground Fading” (2011), menos agressivo, é verdade, mas bem naquela linha.

Em duas faixas, o violão está presente, algo não tão comum no In Flames, e são ótimas faixas. A primeira delas, “Follow Me“, conta com mais partes elétricas do que a segunda, “Stay With Me“, que fecha o álbum em sua edição simples, e é uma balada bem marcante com um final bem agressivo.

Outra faixa agressiva é “Burn“, que tem o seu destaque no solo de guitarra, além de ser bastante agressiva nos vocais.

Como destaque negativo, eu identifico “(This Is Our) House“, que mais parece uma faixa de Post-Hardcore, com seu coro de vozes infantis no começo e fim da faixa. Em minha opinião, a pior faixa do álbum.

Muito bem, alguns pontos que valem ressaltar: a produção e mixagem cristalinas, você ouve tudo com muita definição, tudo muito bem encaixado. A evolução da banda, que progrediu muito desde “Battles” (2016), ainda longe de ser aquele In Flames, mas que ainda tem força, agrada bastante. Você vai se divertir durante a audição, com poucos pontos baixos. Ainda vale muito a pena dar atenção para a banda sueca.

Vale lembrar que o álbum foi lançado no Brasil pela Shinigami Records e já está disponível nas melhores lojas.

Formação:
Anders Fridén (vocais);
Björn Gelotte (guitarra solo);
Niclas Engelin (guitarra base);
Bryce Paul (baixo);
Tanner Wayne (bateria).

Faixas:
1. Voices
2. I, The Mask
3. Call My Name
4. I Am Above
5. Follow Me
6. (This Is Our) House
7. We Will Remember
8. In This Life
9. Burn
10. Deep Inside
11. All The Pain
12. Stay With Me
13. Not Alone (Bonus Track)