Texto originalmente escrito por Verônica Mourão para o Iron Maiden Brasil Notícias
Uma das características das músicas do Iron Maiden nos anos 80, era a utilização de vozes emprestadas para narrativas, relatos de trechos de filmes ou mesmo criar ambientes perfeitos de terror. Eram temáticas da época. Filmes de história, ficção científica e terror, faziam parte do imaginário coletivo de livros e filmes da geração jovem setentista.
Afinal, as composições da nova fase do Iron Maiden com Bruce Dickinson, no inicio dos anos 80, comecavam a ter todo tipo de recurso que era muito mais do que gravar faixas de um vinil, era um ambiente vasto de sons e sensações.
Steve Harris e Martin Birch tiveram idéias maravilhosas na execução de algo que seria muito mais que disco, mas um legado, uma obra prima que ultrapassaria o lugar comum das composições de Heavy Metal.
Conheça as vozes e caras emprestadas do mundo da dramaturgia para algumas canções:
Graham Chapman – introdução de Alexander The Great (1986)
“My son ask for thyself another kingdom
For that which I leave is too small for thee”
O comediante do Monty Python, falecido em 1989 de cancer, antes era uma figura conhecida e apreciada pela juventude britânica. O eterno Rei Artur do “Em busca do cálice sagrado” ou o Brian da “A vida de Brian”era um comediante muito apreciado pelo seu humor sarcástico. Também fez participação no videoclipe de “Can I Play With Madness” no papel do professor.
Barry Clayton – introdução de The Number Of The Beast (1982)
“Woe to you, oh earth and sea
For the Devil sends the beast with wrath
Because he knows the time is short
Let him who hath understanding
Reckon the number of the beast
For it is a human number
Its number is six hundred and sixty six”
Para quem não sabe, quem deveria gravar a voz inicial de “The Number of the Beast” deveria ser Vicent Price, um cobiçado ator britanico de terror. Mas ele tinha um cachê muito alto, e Barry Clayton aceitou fazer a narrativa, que não por acaso ficou ótima. Barry Clayton era um narrador de contos de terror da Capitol Radio.
Nicko McBrain – introdução de Still Life (1983)
No início da sexta faixa, “Still Life”, do álbum “Piece of Mind” de 1983, a banda incluiu uma suposta “mensagem subliminar”. Isso foi uma piada e uma reação contra os críticos que acusaram o Iron Maiden de ser satânico. A mensagem de trás para frente mostra Nicko McBrain imitando o jeito de falar de Idi Amin, recriado pelo ator John Bird, proferindo a seguinte frase “Não se intrometa em coisas que você não entende”, seguido de um arroto.
A frase em si é retirada do álbum satírico “The Collected Broadcasts of Idi Amin” (1975), de Bird e Alan Coren.
Patrick Macgooham – introdução de The Prisoner (1982)
“We want information, information, information
Who are you?
The new number two
Who is number one?
You are number six
I am not a number, I am a free man!”
Este ator americano era muito famoso na Inglaterra, e o seus filmes mais famosos foram “The Prisioner” e “Braveheart”, com Mel Gibson. Morreu aos 80 anos em 2009.
Fonte: Iron Maiden Brasil Notícias