Estamos no ano de 2011 e o URIAH HEEP lançou o seu 23º álbum de sua longeva carreira. Os caras se reuniram com o produtor Mike Paxman e o período de gravação foi de dezembro de 2010 a fevereiro de 2011, no Liscombe Park Studio, localizado em Buckinghamsgire, Inglaterra.

Into the Wild” teve três datas de lançamento distintas: os japoneses foram os primeiros contemplados com o lançamento do disco, que ocorreu no dia 12 de abril; três dias depois foi a vez dos europeus. Por fim, os fãs da América do Norte tiveram acesso ao disco no dia 3 de maio. A bolacha saiu pelo selo italiano “Frontiers“. No Brasil, a “Hellion Records” se encarregou do lançamento.

Confesso que pouco conheço do som dos veteranos ingleses, porém, eu os coloco no altar. Os caras têm um respeito enorme na cena e não serei eu quem irei manchar esta reputação. Porém, preciso escutar e passar para você, caro leitor, as minhas impressões acerca de “Into the Wild“. E as impressões iniciais foram ótimas, como você poderá ler mais abaixo.

Nail on the Head” abre o play é um baita rockão setentista, que por vezes lembra em suas estrofes o BLACK SABBATH da época de Ronnie James Dio. Um refrão grudento e um excelente solo de guitarra são os destaques.

https://www.youtube.com/watch?v=3Pe1de7sFnc

I Can See You” tem um andamento mais rápido para uma banda de Hard Rock, mas foi essa a que mais me agradou. A combinação dos bons riffs de guitarra e o teclado dão uma atmosfera excelente à música. O solo novamente se destaca por aqui.

A faixa título é bastante densa, bem executada e o dueto da guitarra solando com o teclado é simplesmente sensacional, enquanto “Money Talk” é pesada, com uma base de guitarra que hipnotiza o ouvinte. A bateria insana no final, com viradas sensacionais de um Russell Gilbrook inspiradíssimo é o ponto alto.

I’m Ready” é uma faixa setentista, porém com elementos modernos, outra faixa excelente de um disco que até o momento beira a perfeição. Se o disco terminasse aqui, não seria um full-lenght, seria um EP e levaria uma nota 9.

Então chega a segunda metade do álbum e as faixas restantes quase colocam tudo a perder: “Trail of Diamonds” é uma baladinha medonha e que nada tem a ver com as faixas anteriores. Essa, definitivamente, não me agradou.

Southern Star” é um pouco melhor que a faixa anterior, mas ainda não traz a magia que foram as cinco primeiras faixas.

Believe” é uma boa faixa, mas falta o vigor do começo do play. Então temos a faixa Lost, a única que não é cantada pelo vocalista Bernie Shaw. Quem assume o vocal é o baixista Trevor Bolder. Aqui temos flertes com o progressivo em uma música mediana.

T-Bird Angel” é outra que não consegue repetir o êxito inicial. Esta é uma faixa que embora seja muito bem tocada, não empolga.

Kiss of Freedom” fecha a obra com uma baladinha enfadonha, que pode até empolgar o fã da banda, mas não agradou ao redator. 

O disco foi um sucesso de crítica à época de seu lançamento e também teve relativo sucesso nos charts mundo afora: 29º lugar nas paradas da Suécia/ 31º no Finnish Albuns Chart (Finlândia); na Alemanha, o disco ficou na 32ª posição; na Suíça, ficou em 42º e na Áustria, alcançou o 58º posto.

Into the Wild” é um disco bipolar: a primeira metade fora impecável, já a parte final reinando a chatice, cansativo. Porém, a produção é soberba e mesmo que eu não tenha me agradado com a metade final do disco, admito que a banda cumpriu muito bem o seu papel, no que tange a execução das suas músicas. O URIAH HEEP passou de ano, acima da média. Poderia fazer melhor. Os caras têm talento para tal.

Lineup:
Bernie Shaw – Vocal (exceto faixa 9)
Mick Box – Guitarra/Backing Vocal
Phil Lanzon – Teclado/Backong Vocal
Trevor Bolder – Baixo/ Backing Vocal/ Vocal principal (faixa 9)
Russell Gilbrook – Bateria/Backing Vocal

Tracklisting:
01 – Nail on the Head
02 – I Can See You
03 – Into the Wild
04 – Money Talk
05 – I’m Ready
06 – Trail of Diamonds
07 – Southern Star
08 – Believe
09 – Lost
10 – T-Bird Angel
11 – Kiss of Freedom

Nota: 7,0