Há 10 anos atrás a banda Paradise Lost lançava o disco In Requiem, 11º álbum da banda de Gothic Metal Inglesa, no dia 21 de maio. E onde eles queriam chegar? Um retrocesso? Uma novidade? uma mistura de elementos modernos e outras influências dos anos 90? Não sabemos.

O disco começa com Never for the Damned, rompendo o laço de abertura desta obra, com boas guitarras e pratos bem destacados, logo no início. A virtuosidade  assemelhou-se às músicas orientais, mas o vocal era moderno demais. Dava-se uma idéia de algo que viria a ser um “fusion” dentro do Metal Melódico…

Mas o que mais viria por ai?

Ash & Debris entra pesadona e nos leva para outros caminhos do Puro Metal. O Single The Enemy parece tirar do sepulcro um som que cai no ostracismo e acaba por ser um hino patético sem grande virtuosismo. Mas essa era a música de trabalho da banda, com este novo material. Um material com boas guitarras mas sem se destacar no geral. Praise Lamented Shade é degustada com parcimônia, mas não convence muito.

Eis que surge Requiem  que prometia como “título” algo majestoso, mas sinceramente não surpreendeu. A temperatura ainda está bem morna e o sabor, acre.

Não há menor dúvida do virtuosismo da voz de Nick Holmes em muitas faixas, mas eu acho que a banda amadureceu melhor só uma década depois, lançando estruturas mais limpas e tradicionais, com seus fundamentos do Gothic Metal.

Mas o que vemos aqui é uma miscelânea de estilos do Doom, do Death, do Melódico, do Gótico, e nem sempre uma prato cheio de comida que mata a fome, é saboroso. Os elementos soltos, não parecem formar algo denso de bom gosto. Mas muitos pedaços são sentidos…

Não desmereço o trabalho dos caras mas não vejo de verdade que esse álbum se destaque na carreira da banda.

Unreachable navega pelos motivos, Prelude to decent não traz virtuosismos, Fallen Children segue a linha. O gosto é o mesmo! Eis que finalmente, reconhecemos a “fruta” que identifica o trabalho:

Beneath Black é bonita e parece abraçar bem o gótico dos anos 90 o que penso ser uma afirmação do que eles realmente fazem de melhor. Talvez a partir dali iam carregar esse estigma!

Sedative God eu recomendo como um som atraente e divertido se é assim que posso dizer. De fácil absorção, pode muito bem ser o hit desse disco, e conter elementos confortáveis para a permanência da banda em seu mercado, ainda que não popular, mas sempre com fortes bases no Gothic Metal. Então o melhor sabor estava pro final…

Your Own Reality traz para nós um selo de trabalho, como um lacre de  vinho bom mas não excelente. Um bom gourmet, mas não uma especialidade. A marca de uma boa banda que faz trabalhos com complexidade, mas que pode fazer outras obras destacáveis e mais importantes no FUTURO, dignas de um selo de ouro.