Formada em 1989 pelo vocalista/letrista Paul Kuhr em Downers Grove/Illinois, completados pelos guitarristas Larry Roberts e Vito Marchese, juntamente com os ritmos intensos do baterista Garry Naples e do baixista Mike Feldman a Novembers Doom obteve sucesso não em seus arredores locais, mas na Europa. Em 1992, enquanto a banda ainda estava em sua infância, assinou um contrato de gravação com a italiana Regress Records. Evoluiu de suas lentas e lamentáveis raízes death/doom metal para uma banda que desafia uma fácil categorização, combinando muitos estilos e elementos musicais variados, mantendo suas raízes pesadas do doom. Desde The Knowing (2000) até The Pale Haunt Departure (2005) e Bled White (2014) – álbum no qual irei frisar a faixa de abertura “Bled White” – entra em ação com o contrabaixo e logo se junta aos rosnados profundos de Paul Kuhr. Em pouco tempo, os vocais mudam para um coro quase melódico, como cantar não muito diferente do estilo ao qual Enslaved está associado.
A banda alterna sem esforço entre esses estilos vocais ao longo do registro, mantendo a base pesada das músicas. A musicalidade é excelente; os guitarristas Larry Roberts e Vito Marchese são mestres em sua arte tocando riffs intrigantes, contra um fundo de death metal. “The Memory Room” traz uma mudança de estilo para um doom mais moderno, com um vocal limpo e um uso de notas escolhidas individualmente, o que nos remete á uma atmosfera sinistra. A produção do álbum é grande e ousada, com ótimo tom, o que dá a todos os instrumentos espaço para respirar e mostra sua contribuição individual ao som geral. A faixa final “The Silent Dark” começa com total desonestidade e produz uma sensação de esperança antes de cair na escuridão com mais rosnados, essa música mostra a faixa completa de Kuhr como cantor.
Lançar um disco tão sólido até agora em uma carreira na qual cada albúm troca se um integrante é uma ocorrência rara hoje em dia e certamente levará os recém-chegados a procurar os álbuns mais antigos para ver de onde essa banda veio e realmente para ver o que eles podem servir no futuro. O NOVEMBERS DOOM leva o ouvinte a uma jornada de emoções e estilos musicais variados, mantendo ainda o som e o peso de sua marca registrada, o que lhes trouxe um sucesso merecido.
