Mais uma vez estou eu embrenhado na escrita de um disco de Doom Metal, a segunda experiência com esse tipo de empreitada e dessa vez coube a responsabilidade de escrever sobre uma das principais bandas do estilo, o My Dying Bride e seu oitavo disco, “Songs of Darkness Words of Light“, o primeiro à contar com a tecladista Sarah Stanton.
Aqui encontramos 8 faixas e que acabam por trazer nada de muito novo tanto para a banda como o estilo. As características estão ali, desde os primeiros acordes em “The Wreckage of My Flesh“, que abre o disco com bateria cadenciada, guitarras com acordes arrastados e a voz de Aaron Stainthorpe, que chega com grunhidos, mas logo vira para algo melancólico e mais grudento. A faixa é longa, tem quase 9 minutos e pouca mudança acontece nesse tempo, apesar de algo bem alinhado e bons toques de um teclado denso e cheio de atmosfera.
“The Scarlet Garden” é a seguinte, mas ao mesmo tempo parece se tratar da mesma faixa ainda. Seu começo é um tanto pesado, mas logo cai na mesma levada da faixa anterior e com a mesma voz que se arrasta. Aqui a dupla de guitarristas Andrew Craighan e Hamish Glencross, funcionam muito bem em suas criações. Em sua metade é que as coisas parecem realmente engrenar e ganham formato, fluindo muito bem.
A seguinte, “Catherine Blake” é uma das que a melodia melhor funciona, novamente trazendo um duo de guitarra muito bem feito e bons momentos vocais. Novamente há uma mudança rítmica e de novo as coisas entram no eixo sendo algo bem executado com o ótimo gutural de Aaron. A menor duração da faixa parece dar mais sentido as coisas e se tornando uma das mais atrativas aqui.
“My Wine in Silence” é mais lenta (pleonasmo ao se tratar de Doom) e isso à da ares mais soturnos, carregando uma carga dramática que consegue atingir os objetivos de captar o ouvinte, mesmo que após os 2 minutos isso se torne algo repetitivo.
“The Prize of Beauty” já tem bons andamentos variados, bastante pesada e dinâmica, os músicos executam com precisão os também quase 9 minutos de música aqui contidos. As variações vocais continuam interessantes nesse ponto e mostra competência.
A próxima, “The Blue Lotus” me fez remeter ao Type O Negative, e isso é um bom começo. Ela se destoa do restante do disco e consegue criar algo mais ágil e de uma ótima concisão musical no seu todo. As guitarras ao mesmo que trabalham em conjunto um tanto pesadas, tem suas independências em certos momentos que é muito bem vindo também e torna a melhor faixa do disco todo.
“And My Fury Stands Ready” já abre caminho para o final do disco, e tem um começo muito bem composto, e uma parada um tanto climática em sua metade que dá uma sensação um tanto tenebrosa. E encerrando, “A Doomed Lover“, traz novamente bons momentos vocais, porém, acaba caindo em uma das faixas repetitivas e não agrada tanto para os não simpatizantes do estilo como eu, apesar de em seus momentos finais surgirem boas sacadas.
Como já dito, essa segunda experiência ao avaliar um disco de Doom Metal se saiu melhor que a primeira. Se trata de um bom exemplar, e consegue o feito de não entediar aqueles que não são familiarizados com o estilo, porém, não há momentos que de fato me despertem a procurar pela banda ou enveredar no estilo, mas ainda assim, se tratando de um bom material e bem idealizado.
FAIXAS:
01. The Wreckage Of My Flesh
02. The Scarlet Garden
03. Catherine Blake
04. My Wine In Silence
05. The Prize Of Beauty
06. The Blue Lotus
07. And My Fury Stands Ready
08. A Doomed Lover
LINE-UP
Aaron Stainthorpe – vocal
Andrew Craighan – guitarra
Hamish Glencross – guitarra
Adrian Jackson – baixo
Sarah Stanton – teclado
Shaun Taylor-Steels – bateria
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7/10