Quando David Vincent voltou ao Morbid Angel em 2004, houve certa expectativa acerca de um novo álbum. Em 2010 começaram a trabalhar as ideias, mas por causa de uma cirurgia de hérnia, Pete Sandoval não participou das gravações – Tim Yeung (ex-Nile, Hate Eternal e Vital Remains) foi quem o substituiu e, posteriormente, com a saída definitiva de Sandoval, assumiu efetivamente o posto de baterista.

No dia 6 de junho de 2011, encerrando uma carreira de mais de vinte anos ao lado da inglesa Earache Records e iniciando um novo contrato com o selo francês Season of Mist e ainda tendo Erik Rutan (Hate Eternal, ex-Morbid Angel) como engenheiro de som, o quarteto lança o álbum mais “desestabilizante” de sua história: “Illud Divinum Insanus”.

Seguindo passos de bandas como Samael, Rotting Christ e Paradise Lost, que se lançaram a direcionamentos menos habituais de seus maiores clássicos, o Morbid Angel viu em “Illud Divinum Insanus” uma de suas maiores obras. “Nós fizemos uma obra-prima. Posso chamar assim. Poderia dizer que não existe uma faixa ruim neste álbum, mas eu normalmente não digo essas coisas. É muito original e muito diversificado. Nós não utilizamos canais normais de produção, por isso é muito mais especial”, objetiva Vincent, em entrevista ao site Noisecreep.

O entusiasmo do baixista e vocalista não convenceu aos fãs que estavam acostumados em ouvir um Morbid Angel grotesco, sem maquiagem e direto. De repente, seus admiradores se viram face-a-face com um álbum experimental. Nem mesmo algumas canções como “Existo Vulgore” e “Blades For Baal”, que resgatam a velha forma, foram capazes de levantar a moral com o público.

Críticas severas se abateram sobre o disco, como a da Louisville Music News, que classificou “‘Illud Divinum Insanus’ como uma experiência fracassada e uma piada”. Já Dom Lawson, da Metal Hammer, disse que a banda “confrontou a sua própria torcida”. Mais tarde, Pete Sandoval também desaprovou o resultado: “Não sei por que eles fizeram isso como DJs. Eles poderiam simplesmente terem feito um projeto separado sem usar o nome do Morbid Angel. Sairia mais honesto”. Mas houve quem defendesse os mestres do Death Metal, como Phil Freeman, da AllMusic: “Muitas das canções em ‘Illud …’ são tão cruas e selvagens como qualquer coisa que a banda já registrou”.

Prós e contras à parte, o fato é que “Illud Divinum Insanus” chegou ao terceiro lugar no Top Heatseekers da revista Billboard e, querendo ou não, está na discografia oficial, dando continuidade ao “abecedário” mais infernal do Metal Extremo. Se faixas como “Omni Potens”, “Destructos vs. The Earth/Attack” e “Radikult” representam a evolução do Morbid Angel, torço para que o próximo álbum, já com Steve Tucker novamente no baixo e vocal, a banda possa mais uma vez surpreender, só que positivamente.

Formação:
David Vincent (vocal, baixo);
Destructhor (guitarra);
Trey Azagthoth (guitarra);
Tim Yeung (bateria).

Faixas:
01 – Omni Potens
02 – Too Extreme!
03 – Existo Vulgoré
04 – Blades For Baal
05 – I Am Morbid
06 – 10 More Dead
07 – Destructos vs. the Earth/Attack
08 – Nevermore
09 – Beauty Meets Beast
10 – Radikult
11 – Profundis – Mea Culpa